"Mulher, vítima de um ataque brutal, e passarem em 'loop' na televisão"

Rita Ferro Rodrigues comenta caso de mulher que foi agredida no parque de estacionamento do Estádio José Alvalade, em Lisboa, sobretudo depois de este episódio ter sido comentado (e as imagens terem sido transmitidas) no pequeno ecrã.

Rita Ferro Rodrigues

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Notícias ao Minuto
03/06/2025 06:42 ‧ há 3 dias por Notícias ao Minuto

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Rita Ferro Rodrigues

"Hoje uma televisão, em canal aberto ao fim da manhã, passou imagens em 'loop' de uma mulher a ser barbaramente atacada por um homem num parque de estacionamento." Foi assim que começou a publicação de Rita Ferro Rodrigues, referindo-se à mulher que foi esfaqueada no parque de estacionamento do Estádio José Alvalade, em Lisboa. 

 

"Uma mulher, vítima de um ataque brutal, não sabemos se sobreviverá (sobrevive-se a isto?) e as imagens desta violência a passarem em 'loop' na sua televisão nacional, com hienas a comentarem por cima, hienas famintas e cheias de opiniões", explicou ainda.

"Eu era criança e ligava a televisão. Eu era familiar daquela mulher e ligava a televisão, eu era aquela mulher e ligava a televisão. Eu era aquela mulher e ligava a televisão e, mais uma vez, agredida, desrespeitada, atacada, utilizada, comercializada, por audiências e por dinheiro", lamentou. 

"Eu era também aquela mulher que fez um aborto e que se vê julgada em horário nobre. Eu era aquela mulher que 'se pôs a jeito' porque marcou um encontro no Tinder, porque entrou num carro, porque bebeu demais, porque usou uma mini saia e estava mesmo a pedi-las", continuou, referindo-se a outros casos comentados no programa, destacando sobretudo um comentário polémico de Cristina Ferreira. 

"'Pôs-se a jeito' tinha tudo menos o propósito de culpabilizar a mulher"

Cristina Ferreira reage a polémica após o seu comentário sobre o caso de uma mulher que foi encontrada já sem vida em Aveiro.

Notícias ao Minuto | 09:15 - 03/06/2025

"Somos todas aquela mulher: a que está no hospital a lutar pela vida, silenciada por facas machistas, sem saber que de manhã, numa televisão nacional, a sua inominável tragédia está a dar em 'repeat', o seu terror a alimentar a guerra de audiências e o 'clickbait', num festival de despudorada falta de empatia, e decência mínimas", acrescentou. 

"Somos todas aquela mulher e queremos que saibam que sabemos quem são vocês, os/as que tomam decisões , as/os que compram o 'anúncio', os/as que gritam nas régies ('mete essa merda em 'loop' que vende'), as/ os que compram os batidos, os/ as que ficam em cima da ponte a ver para onde dá , as/os que não se comprometem, os/as que se calam que nem ratos, à espera que passe", escreveu. 

"Estamos a ver-vos e sabemos exatamente quem são. E não perdoaremos. Não perdoaremos os agressores, não perdoaremos os/as cúmplices, não perdoaremos os/ as cobardes, não perdoaremos os/ as hipócritas. Temos o poder de decidir o vosso poder. Podemos fazer assim: 1) não clicar; 2) não sintonizar; 3) fazer 'unfollow'; 4) não comprar; 5) não nomear; 6) não partilhar; 7) e não lhes dar descanso; 8) e lutar por nós e pelas que não têm voz. Até já e ninguém larga a mão de ninguém", rematou. 

Leia Também: Racismo. "Estes cobardolas criminosos não representam o povo português"

 

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