"O falso caso de Manhattan está totalmente suspenso (...), é uma vitória decisiva para o Presidente Trump", reagiu o seu diretor de comunicação, Steven Cheung, em comunicado de imprensa.
O juiz do julgamento que condenou em Nova Iorque Donald Trump suspendeu hoje por tempo indeterminado a leitura da sentença que estava marcada para 26 de novembro.
Juan Merchan anunciou hoje que autorizou os advogados do líder republicano a interpor recurso até 02 de dezembro para obter a anulação do processo, o que justificou a suspensão da leitura da sentença.
Donald Trump, eleito no início do mês para um segundo mandato na Casa Branca, foi condenado por um júri em 30 de maio por "falsificação contabilística agravada para ocultar uma conspiração para perverter as eleições de 2016", que venceu contra a democrata Hillary Clinton.
O procurador de Manhattan, Alvin Bragg, tinha indicado num documento judicial que se oporia à anulação total do processo, mas admitiu que esta questão merecia ser examinada, o que provocou um novo adiamento da sentença.
Seguindo a linha dos advogados de defesa, Alvin Bragg reconheceu que deve ser ponderado o congelamento de todos os processos "até ao final do mandato presidencial" do 47.º Presidente dos Estados Unidos, que toma posse em 20 de janeiro do próximo ano.
Dos quatro processos penais contra Donald Trump, este caso é o único em que se realizou um julgamento, que determinou a condenação do antigo governante e futuro Presidente norte-americano, num cenário inédito na história dos Estados Unidos.
O magnata republicano foi considerado culpado de esconder nas suas contas de campanha de 2016 o pagamento de 130 mil dólares (cerca de 125 mil euros) à estrela de filmes pornográficos Stormy Daniels para ocultar uma alegada relação extraconjugal.
Enquanto aguardava a leitura da sentença neste caso, que pode chegar aos quatro anos de prisão, Trump conseguiu ganhar novos argumentos com uma decisão do Supremo Tribunal que lhe concedeu pelo menos um certo grau de imunidade durante 10 anos, o que obrigou o Ministério Público a corrigir a sua acusação noutro julgamento por interferência eleitoral.
Os advogados de Trump, alguns dos quais irão assumir cargos no futuro Departamento de Justiça, insistem agora em arquivar o processo, sob o argumento que quem está no banco dos réus é um governante eleito.
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