Em vários comunicados, o Hezbollah afirmou ter atacado até seis vezes com uma série de morteiros uma concentração de forças israelitas nos arredores da cidade libanesa meridional de Jiam, cerca de seis quilómetros a norte da fronteira com Israel.
A organização reivindicou também o disparo de numerosos projéteis de artilharia contra um outro grupo de soldados israelitas em Tel Nahas, nos arredores de Kfar Kila, em duas ocasiões, e ataques com 'rockets' a posições israelitas em Al-Manara, Al-Malkiya e outros locais no sul do Líbano.
Igualmente de acordo com os seus comunicados, o Hezbollah atingiu também com 'rockets' a posição de Haboushit, onde se situa o quartel-general da Brigada Hermon, no cimo do monte Hermon, nos Golã sírios ocupados.
Entre outras das ações destacadas, o grupo xiita "lançou uma operação aérea contra uma esquadrilha de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) contra as forças inimigas na localidade de Yarin" e um ataque à Base Técnica de Haifa, ligada à Força Aérea israelita, situada a 35 quilómetros da fronteira comum, a leste da cidade de Haifa.
Por seu lado, o Exército de Israel confirmou hoje ataques à cidade de Tiro, no sul do Líbano, assim como a Dahieh, o subúrbio meridional de Beirute, bastião do Hazbollah que intensamente bombardeou na última semana.
A Agência Nacional de Notícias (ANN) libanesa informou sobre incessantes ataques do Exército israelita a numerosas localidades do sul do país, entre as quais referiu Tair Harfa, Marwahin, Shaheen e Haret Hreik, embora se desconheça ainda o número de vítimas.
O Ministério da Saúde Pública libanês informou hoje que pelo menos 62 pessoas morreram e 111 ficaram feridas na quinta-feira na sequência de ataques do Exército israelita a diferentes zonas do Líbano, o que eleva para 3.645 o número de mortos e 15.355 o número de feridos desde o início do conflito.
No seu relatório diário, o departamento governamental também informou sobre a distribuição dos ataques, que na quinta-feira se concentraram particularmente no distrito oriental de Baalbek-Hermel, onde 49 pessoas foram mortas e 54 ficaram feridas.
Os ataques israelitas também mataram oito pessoas na região sul de Nabatiye, onde outras 31 ficaram feridas, ao passo que na zona sul foram mortas mais cinco pessoas e 25 ficaram feridas.
De entre os mortos, 231 são crianças e 692 são mulheres, segundo o Ministério da Saúde Pública, que estima em 214 o número de profissionais de saúde mortos e em 323 o número de profissionais de saúde feridos nas centenas de ataques a ambulâncias e todo o tipo de instalações médicas.
Embora estes números reflitam o número total de vítimas desde o início do conflito, em outubro do ano passado, a grande maioria destas vítimas registou-se desde 23 de setembro, data em que Israel lançou uma campanha de bombardeamentos maciços de diferentes partes do Líbano, resultando na destruição generalizada de dezenas de aldeias no sul e no leste do Líbano, bem como nos subúrbios do sul de Beirute, a que se seguiu uma invasão terrestre do sul do país.
As autoridades libanesas estimam também que mais de 1,2 milhões de pessoas se viram obrigadas a abandonar as suas casas devido à violência, cerca de 600.000 das quais atravessaram a fronteira para a Síria.
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