Von der Leyen reconduzida como presidente da Comissão Europeia

O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje a composição da próxima Comissão Europeia de Ursula von der Leyen com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções.

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© Thierry Monasse/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
27/11/2024 11:28 ‧ ontem por Notícias ao Minuto com Lusa

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Bruxelas

O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje a composição da próxima Comissão Europeia de Ursula von der Leyen com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções.

 

Ursula Von der Leyen foi assim reconduzida para um segundo mandato, depois de ter sido eleita pela primeira vez em novembro de 2019.

Antes da votação, Ursula von der Leyen apresentou a sua equipa e programa, afirmando que esta está "pronta para começar a trabalhar imediatamente".

Von der Leyen sublinhou, ainda, que a sua Comissão lutará sempre pela liberdade, soberania, segurança e prosperidade.

A derradeira votação dos eurodeputados realizou-se durante o plenário de Estrasburgo, em França. No final da votação, a nova Comissão Europeia foi aplaudida por uma parte do hemiciclo. A presidente da Comissão Europeia e a presidente do PE, Roberta Metsola, abraçaram-se.

A aprovação, por maioria simples, surgiu após o escrutínio dos europarlamentares (incluindo audições a cada um dos comissários indigitados) e de intensas negociações nas últimas semanas entre os grupos de centro-direita, socialistas e liberais para um acordo político sobre os sete nomes que estavam pendentes de um total de 26, alcançado há uma semana.

Com a validação dos europarlamentares, o executivo comunitário pode entrar em funções já em dezembro.

O Parlamento Europeu também deliberou sobre duas resoluções que se opunham à aprovação da Comissão Europeia, da Esquerda e do Patriotas pela Europa (extrema-direita), mas acabaram chumbadas pelo plenário.

Em 2019, a primeira Comissão de Ursula von der Leyen foi aprovada com 383 votos favoráveis dos eurodeputados, 327 contra e 22 abstenções.

Na intervenção que fez ao início da manhã, Ursula von der Leyen disse que vai continuar a "luta pela liberdade".

"A nossa luta pela liberdade pode parecer diferente da das gerações passadas, mas o que está em jogo é igualmente elevado e honroso e isso implicará fazer escolhas difíceis, significará investimentos maciços na nossa segurança e na nossa prosperidade e, acima de tudo, significará mantermo-nos unidos e fiéis aos nossos valores, encontrando formas de trabalharmos em conjunto e ultrapassando a fragmentação", disse a líder do executivo comunitário.

Intervindo perante os eurodeputados na sessão plenária, Ursula von der Leyen recordou o intenso processo de escrutínio parlamentar como a "marca de uma democracia viva" e prometeu trabalhar com "todas as forças democráticas e pró-europeias desta assembleia".

"Trabalharei sempre a partir do centro porque todos queremos o melhor para os europeus e todos queremos o melhor para a Europa e é altura de nos unirmos e honrarmos [...]. Esta unidade será ainda mais importante no mundo contestado de hoje, um mundo em que todas as fraquezas são transformadas em armas, todas as dependências são exploradas, a nossa liberdade e soberania dependem mais do que nunca da nossa força económica, a nossa segurança depende da nossa capacidade de competir, de inovar e de produzir, e o nosso modelo social depende de uma economia em crescimento, enfrentando simultaneamente as alterações demográficas", adiantou.

Ursula von der Leyen foi em julho passado reeleita no cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 01 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.

O seu próximo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.

Na sua carta de missão dirigida a Maria Luís Albuquerque, a líder do executivo comunitário pediu que a comissária portuguesa use a sua experiência no público (depois de ter sido ministra das Finanças e secretária de Estado do Tesouro) e no privado (após ter passado por empresas como a gestora de fundos europeia Arrow Global e o banco mundial Morgan Stanley) para "desbloquear montante substancial de investimento" na União Europeia.

Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária.

Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Pequim.

Só a aposta em defesa, impulsionada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e pelas recentes tensões geopolíticas, vai ter de ser suportada por necessidades de investimento na ordem dos 500 mil milhões de euros na próxima década.

[Notícia atualizada às 14h27]

Leia Também: PE faz hoje derradeira votação à próxima Comissão de Von der Leyen

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