Numa comunicação de surpresa ao país hoje à noite em Seul (mais nove horas do que em Lisboa), o Presidente Yoon Suk-yeol declarou a lei marcial para "erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional".
Yoon acusou a oposição de atividades contra o Estado e de conspirar "para uma rebelião".
A lei marcial já foi declarada mais de uma dezena de vezes na Coreia do Sul, desde que foi imposta pela primeira vez em 21 de outubro de 1948, segundo o jornal local The Korean Herald.
A decisão foi então tomada pelo primeiro presidente sul-coreano, Rhee Syngman, em resposta a uma rebelião de soldados que se recusaram a reprimir uma revolta militar e civil de esquerda na ilha meridional de Jeju.
Rhee declarou a lei marcial 10 vezes durante a sua presidência, de 1948 a 1960, de acordo com o mesmo jornal sul-coreano.
O estado de exceção foi imposto também em 16 de maio de 1961, quando Park Chung-hee, que na altura era general das forças armadas, organizou um golpe e pôs fim à Segunda República da Coreia, liderada por Choi Kyu-hah.
Park, que decretou a lei marcial em 1964 e 1972, liderou o país de 1961 até ser assassinado em 26 de outubro de 1979, em Seul.
O presidente interino Choi Kyu-hah declarou a lei marcial no dia a seguir à morte de Pak.
Mais de 45 anos depois, o atual chefe de Estado impôs a lei marcial e criou um ambiente de incerteza política, com a oposição a apelar para manifestações de protesto e o parlamento a revogar a decisão presidencial.
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