HRW pede investigação a crimes atribuídos a exército apoiado pela Turquia

A organização Human Rights Watch (HRW) pediu hoje uma investigação a eventuais crimes de guerra perpetrados por rebeldes do Exército Nacional Sírio, apoiado pela Turquia, em zonas do norte da Síria, onde mantêm confrontos com as forças curdas.

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Lusa
30/01/2025 16:38 ‧ há 6 horas por Lusa

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Síria

A organização não-governamental (ONG) denunciou que em pelo menos um destes ataques foram usados 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) para atingir uma ambulância da organização humanitária Crescente Vermelho Curdo que transportava vários civis feridos, tendo morrido seis pessoas.

 

"O Exército Nacional Sírio e a Turquia demonstraram um padrão claro e preocupante de ataques ilegais contra civis e alvos civis que até parecem celebrar", criticou o investigador da HRW para o Médio Oriente e Norte de África, Hiba Zayadin, num comunicado hoje divulgado.

"Como principal apoiante do Exército Nacional Sírio, a Turquia tem a obrigação de pôr fim a este comportamento abusivo sob pena de se tornar cúmplice destes crimes", alertou.

"Atacar uma ambulância que transporta civis numa estrada não parece ser um acidente", disse Zayadin, acrescentando que se tratou de um "crime de guerra pelo qual as forças pró-turcas devem ser responsabilizadas".

O investigador da HRW referiu-se ainda aos ataques contra a barragem de Tishrin, uma infraestrutura de importância estratégica localizada na província de Alepo, no norte da Síria.

Hiba Zayadin recordou que estes ataques já desencadearam protestos para exigir o fim de tais manobras, devido ao perigo de colapso das instalações da barragem.

Segundo a HRW, pelo menos quatro dos ataques realizados desde o início de janeiro atingiram esta zona, matando cerca de 20 pessoas e ferindo outras 120, de acordo com as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de milícias lideradas pelas Unidades de Proteção Popular (YPG) curdas, que contam com o apoio dos Estados Unidos.

Várias testemunhas denunciaram "cenas devastadoras" nas imediações da barragem, após ataques realizados "sem aviso prévio", ou seja, sem possibilidade de proteção da população civil.

As autoridades turcas acusaram o YPG e as FDS de utilizarem civis como "escudos humanos" na barragem.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha já alertou que, se a barragem for danificada, a sua destruição "poderá ter consequências humanitárias desastrosas", incluindo para o ambiente.

A HRW acusou ainda fações do Exército Nacional Sírio e de outros grupos, entre os quais as Forças Armadas Turcas e as agências de informação turcas, de cometerem violações dos direitos humanos envolvendo-se em "sequestros, detenções ilegais e arbitrárias, incluindo de menores", com casos de violência sexual, tortura, pilhagens, extorsão e roubo.

"O direito internacional exige que as partes num conflito prestem atenção aos feridos e doentes. As ambulâncias e os hospitais devem ter uma proteção especial e não devem ser alvo de ataques", sublinhou a ONG de defesa dos direitos humanos, pedindo para que se deixe que os serviços de emergência funcionem "em todas as circunstâncias".

Leia Também: Emir do Qatar apela a líder sírio para formar um governo inclusivo

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