Ministros da Cultura, chefes de delegação e representantes de cerca de vinte países da UE fizeram uma declaração conjunta em defesa da cultura na Ucrânia, no final de uma conferência realizada na cidade ucraniana de Uzhhorod, convocada pelo Ministério da Cultura e Comunicação Estratégica do país.
A UE comprometeu-se a explorar mecanismos e possibilidades para estabelecer um Fundo do Património Ucraniano, cujo principal objetivo é financiar o apoio ao restauro, recuperação e preservação de museus, monumentos e locais de relevância cultural.
A intenção é também reforçar as infraestruturas culturais que ficaram destruídas ou danificadas desde a invasão militar russa em 2022 da Ucrânia, estimando-se que sejam mais de 2.185.
Há ainda preocupações levantadas pela UE sobre proteção dos bens culturais ucranianos e imposição de sanções para saques ou apropriações ilegais, tendo os representantes da Cultura manifestado apoio a uma coligação para lutar contra o tráfico ilícito, à luz da Convenção da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) de 1970.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
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