O acidente ocorreu hoje e até ao momento sabe-se apenas que "o número de mortos às 18h00 [locais] era de 48, na sequência do deslizamento de rochas", segundo informações avançadas pela polícia local à AFP.
As vítimas eram maioritariamente "mulheres jovens", incluindo uma que "levava o seu filho às costas", acrescentaram as autoridades citadas pela AFP, que aponta o elevado número de mortos, mesmo para uma região habituada a acidentes no setor mineiro.
O incidente ocorreu num garimpo ilegal de ouro à superfície de uma mina, que antes era explorada por uma empresa chinesa no Mali, um dos países mais pobres do mundo, mas também um dos principais produtores de ouro em África.
Um responsável local contactado telefonicamente pela AFP explicou que "a tragédia aconteceu em Bilaly Koto": "É um sítio ilegal. Há muita cumplicidade na exploração deste tipo de sítios na região. As buscas continuam", contou Boubacar Keita, da associação de garimpeiros de Kenieba.
Milhares de garimpeiros artesanais trabalham em condições precárias em minas como esta na esperança de encontrar ouro.
Há pouco mais de um ano, um outro deslizamento de terras particularmente mortífero matou mais de 70 pessoas numa mina de ouro no sul do Mali. Já em janeiro, pelo menos uma dúzia de mineiros morreram, na sua maioria mulheres, quando uma mina se desmoronou no sul do país.
Num relatório de 2023, o Banco Mundial sublinhou que "o sector mineiro é um pilar fundamental da economia do Mali". O ouro contribui com um quarto do orçamento nacional do país.
O Mali está a braços com uma profunda crise de segurança desde 2012, alimentada em particular pela violência de grupos filiados na Al-Qaeda e no auto-designado Estado Islâmico, assim como de grupos criminosos de base comunitária.
[Notícia atualizada às 23h38]
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