Pelo menos 190 reféns libertados após ataque a comboio paquistanês

As forças de segurança paquistanesas anunciaram hoje a libertação de 190 dos cerca de 450 passageiros de um comboio tomado por separatistas do Baluchistão, a maior província do Paquistão (43% da área do país.

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© BANARAS KHAN/AFP via Getty Images

Lusa
12/03/2025 13:29 ‧ há 5 horas por Lusa

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Paquistão

No entanto, assumiram estarem ainda longe de conseguir recuperar o controlo da situação após a tomada de reféns do Expresso Jaffar pelo Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), apesar de já terem abatido cerca de três dezenas de separatistas.

 

O BLA detonou uma bomba que forçou a paragem da locomotiva, obrigando os passageiros a sair e fazendo reféns os que eram provenientes de outras províncias ou ligados às forças de segurança.

Desde então, as tropas paquistanesas foram destacadas para o Baluchistão, no sudoeste do país, na fronteira com o Afeganistão e o Irão. 

Atualmente, estão a aproximar-se do túnel perto do qual ocorreu o ataque e os helicópteros de combate podem ser vistos a dezenas de quilómetros de distância. 

Fontes de segurança confirmaram que foram mortos 30 atacantes e que os combates continuam, realçando que um número indeterminado de "bombistas suicidas se posicionaram com os seus cintos de explosivos entre os reféns".

"Temos informações que sugerem que os assaltantes fugiram, levando consigo um número desconhecido de reféns, para as zonas montanhosas circundantes", acrescentou um funcionário da segurança local.

O BLA afirma querer trocar reféns por presos Baluch e publicou um vídeo que mostra a explosão e dezenas de reféns a serem retirados do comboio no meio das montanhas rochosas.

Tudo começou por volta das 13:00 (08:00 em Lisboa) de terça-feira. O Expresso Jaffar partiu de Quetta, a capital do Baluchistão, para Peshawar, capital da província vizinha a norte, e foi parado perto de um túnel próximo da cidade de Sibi pela explosão da bomba.

O BLA, o principal grupo separatista desta província rica em petróleo e minerais, que é também a mais pobre do Paquistão, tinha colocado o engenho.

Alguns passageiros contaram à agência noticiosa France-Presse (AFP) que foram libertados por combatentes Baloch e depois caminharam durante horas na região montanhosa até chegarem à estação seguinte, de onde um comboio de mercadorias os levou até Mach. A partir daí, segundo as autoridades locais, foram transportados de autocarro para Quetta "sob forte segurança".

A China condenou o desvio do comboio pelo BLA, que é responsável por vários ataques contra as forças de segurança locais e contra investimentos chineses na região.

"A China condena firmemente este ataque e opõe-se a qualquer tipo de terrorismo. Continuaremos a apoiar firmemente o Paquistão na luta contra o terrorismo, bem como a manter a estabilidade e a proteger os civis", declarou um porta-voz oficial.

A China é um importante parceiro económico e político do Paquistão. O corredor económico --- um conjunto de infraestruturas para ligar o oeste da China ao Oceano Índico, num projeto que faz parte da iniciativa chinesa Faixa e Rota da Seda --- está avaliado em mais de 56.000 milhões de euros.

No entanto, os ataques de rebeldes contra cidadãos chineses aumentaram nos últimos anos, coincidindo com um aumento da violência no Paquistão, que Islamabade associa também à subida ao poder dos talibãs no Afeganistão, em agosto de 2021.

O corredor foi forçado a suspender as operações em julho de 2021, quando um bombista suicida matou 13 pessoas, incluindo nove engenheiros chineses.

Em abril do ano passado, cinco trabalhadores chineses e um paquistanês foram mortos num outro ataque suicida.

Leia Também: Sequestrado comboio no Paquistão. Autoridade já resgatou 155 passageiros

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