"Atualmente, o país é marcado por manifestações que em muitos casos resultam em violência e destruição do património público e privado. É crucial que, ao lidarem com essas situações, adotem uma postura equilibrada, buscando, sempre que possível, a mediação e o diálogo", pediu o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Joaquim Sive, durante o patenteamento de finalistas da Academia das Ciências Policiais (Acipol).
O responsável pediu à polícia imparcialidade na sua atuação durante o combate a vários tipos de crime, apontando que os membros da corporação devem agir como "facilitadores do diálogo" diante de conflitos sociais.
"É fundamental que, como oficiais da polícia, compreendam que o respeito aos direitos humanos deve ser a espinha dorsal de cada ação que tomarem. A polícia não é um ente que deve ser temido, mas uma instituição que deve inspirar confiança e respeito", declarou Joaquim Sive.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide, uma ONG moçambicana que acompanha os processos eleitorais.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
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