A mulher de Simon Vickers, condenado por matar a filha durante uma brincadeira, na cozinha da casa onde viviam em Darlington, no Reino Unido, no ano passado, insiste que tudo não passou de um acidente.
Em entrevista à BBC, Sarah Hall, de 44 anos, mãe da vítima Scarlett Vickers, de 14 anos, reitera o seu apoio ao marido e alega que ele "nunca faria mal" à filha.
"Como é que eu o posso culpar por um acidente quando sei que ele está a sofrer tanto quanto eu?", disse a mulher à BBC, e acrescenta que se achasse "que ele tinha feito isso deliberadamente, então não estaria aqui", referindo-se à entrevista.
O incidente ocorreu na noite de 5 de julho e, segundo Sarah, era uma noite normal de sexta-feira. Alega que estava a fazer o jantar quando começou a "brincar de forma divertida" com a filha estando ambas a atirar uvas para a boca uma da outra quando Vickers se juntou a elas.
A mulher afirma ter beliscado, acidentalmente, o marido com uma tenaz de cozinha, tendo este reagido e a filha do casal chamou-o de fracote na brincadeira. Sarah recorda que Simon respondeu à filha, ao dizer "como é que tu gostavas", antes de mandar as pinças pela bancada na direção dela.
Nesse momento, Sarah confessa que acredita que a tenaz agarrou uma faca na bancada, usada para cortar alho, e acabou por esfaquear Scarlett.
Na sequência da brincadeira, o pai diz ter acidentalmente esfaqueado a jovem que sofreu um ferimento fatal de 11 centímetros no peito.
Em tribunal, o juiz considerou que uma brincadeira nunca deveria acabar de forma fatal, e confrontou Simon com o facto de, naquele dia, ele ter bebido e fumado cannabis depois de sair do trabalho, algo que a mulher afirmou que ele fazia regularmente para lidar com o trabalho numa fábrica. Por sua vez, a acusação garantiu que "a ferida é demasiado profunda para ter sido causada de forma acidental".
O juiz acusou Simon de "um ato de raiva momentâneo, mas devastador", declarações que Sarah disse serem "absurdas" e afirma que o marido nunca teve "um acesso de fúria", sendo que na noite do incidente "não houve discussões".
Simon Vickers foi condenado a uma pena de prisão perpétua, com um mínimo de 15 anos de prisão. Porém, a pena será revista em tribunal, na sequência da procuradora-geral Lucy Rigby alegar que esta era muito branda.
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