Exército libanês confirma confrontos transfronteiriços com forças sírias

O exército libanês confirmou hoje uma troca de tiros na fronteira com a Síria após a morte de três membros das forças sírias na zona, atribuídas por Damasco ao movimento xiita libanês Hezbollah, que se demarcou do incidente.

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© Ramiz Dallah/Anadolu via Getty Images

Lusa
17/03/2025 17:41 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O exército tomou medidas de segurança excecionais e manteve contactos intensivos durante a noite de 16 para 17 de março", informaram as forças armadas libanesas num comunicado, na sequência da morte de três cidadãos sírios, cujos corpos "foram entregues à parte síria",

 

O exército libanês não forneceu mais informações relativamente ao incidente que resultou na morte dos três cidadãos sírios.

"Várias cidades e aldeias libanesas da região foram alvo de fogo de artilharia proveniente do território sírio. As unidades militares responderam às fontes do fogo com armas apropriadas, reforçaram o seu posicionamento e controlaram a situação de segurança", continuou o exército libanês na mesma nota.

"Os contactos entre o comando do exército e as autoridades sírias continuam de modo a manter a segurança e a estabilidade na zona fronteiriça", continua o comunicado.

O Ministério da Defesa sírio confirmou os disparos de artilharia no início do dia contra alegadas posições do Hezbollah.

Fontes citadas pelo canal televisivo sírio Syria TV afirmam que oito pessoas foram mortas em combates com as milícias do Hezbollah na província de Homs, mas as informações ainda não foram oficialmente confirmadas.

Do lado libanês, não foram registadas quaisquer baixas.

O Presidente libanês, Joseph Aoun, já ordenou ao exército que respondesse, com ataques os pontos de origem dos disparos.

"O que está a acontecer nas fronteiras oriental e nordeste não pode continuar e não o vamos tolerar. Dei instruções ao exército libanês para responder à origem dos disparos", anunciou a presidência libanesa num comunicado oficial.

Aoun também contactou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Joe Raggi, solicitando-lhe para que contacte a delegação síria que participa na conferência anual de doadores para a Síria, em Bruxelas, "de modo a resolver o problema o mais rapidamente possível, garantindo a soberania dos dois Estados e evitando uma deterioração da situação".

O Ministério da Informação sírio também denunciou os "ataques intencionais" contra jornalistas na fronteira entre os dois países.

Um jornalista e um fotógrafo foram feridos perto da barragem de Zaita num ataque com um projétil atribuído ao Hezbollah, segundo as autoridades sírias, informou a agência noticiosa oficial síria SANA.

O Governo sírio também responsabilizou abertamente o Hezbollah pela "emboscada, rapto e morte de três membros do exército sírio ontem [domingo]", e instou as autoridades libanesas a "responsabilizarem os culpados".

O Hezbollah, que negou a responsabilidade pelos ataques denunciados em Damasco, era um aliado do antigo Presidente sírio Bashar al-Assad, deposto a 08 de dezembro pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), liderada pelo atual Presidente interino da Síria, Ahmad al-Charaa.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, mas com uma vasta rede de fontes na Síria, afirmou que os três mortos faziam parte do grupo Brigada Ali ibn Abi Talib, afiliado às autoridades sírias, e foram emboscados por homens armados pertencentes a grupos leais ao Hezbollah.

Segundo a Syria TV, o exército libanês, acompanhado pela Cruz Vermelha libanesa, entregou os corpos dos três combatentes sírios às forças de segurança da Síria no posto fronteiriço de Yusieh.

Leia Também: Moreira da Silva diz que transição democrática síria tem de incluir todos

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