Depois de conversar com Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou que os norte-americanos "poderiam" vir a estar envolvidos na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, caso esta escalasse para a "Terceira Guerra Mundial", atirando que "coisas estranhas acontecem".
Estas declarações surgiram numa entrevista ao programa 'The Ingraham Angle', da Fox News, quando Trump falava sobre o facto de o presidente russo ter rejeitado um cessar-fogo total.
"Neste momento, temos muitas armas apontadas umas às outras e um cessar-fogo sem ir um pouco mais longe teria sido difícil", disse Trump.
"A Rússia está em vantagem, como sabem", acrescentou, referindo que Moscovo tem milhares de soldados ucranianos "bem cercados" - "e isso não é bom", notou.
Desta forma, sugeriu que o seu impulso para um cessar-fogo mais alargado tem como objetivo manter as forças norte-americanas fora de um conflito alargado.
"Estamos a fazer isto - não há americanos envolvidos. Poderá haver se acabarmos na Terceira Guerra Mundial por causa disto, o que é tão ridículo", disse. "Mas, sabe, coisas estranhas acontecem", avisou..
Recorde-se que Trump acordou com Putin uma trégua de 30 dias limitada às infraestruturas energéticas.
Após uma conversa telefónica, Donald Trump e Vladimir Putin também acordaram iniciar as negociações de paz de imediato, indicou um comunicado da presidência norte-americana. As futuras negociações vão ter lugar no Médio Oriente.
Moscovo concordou também com a troca de 350 prisioneiros de guerra - 175 de cada lado - com a Ucrânia, na quarta-feira e, como gesto de boa vontade, Putin informou que Moscovo ia entregar 23 prisioneiros gravemente feridos a Kyiv.
A Rússia estabeleceu condições para o fim das hostilidades, incluindo o fim do rearmamento de Kyiv, e a interrupção da ajuda militar ocidental às forças ucranianas.
Além da suspensão dos ataques às infraestruturas, a Casa Branca assinalou também "negociações técnicas sobre o estabelecimento de um cessar-fogo marítimo no mar Negro, um cessar-fogo abrangente e uma paz duradoura" na Ucrânia.
Desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump iniciou uma reaproximação à Rússia, após o congelamento de relações entre os dois países durante o mandato de Biden, devido à invasão da Ucrânia.
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