"Registámos que não houve reciprocidade por parte do regime de Kiev. Foram feitas tentativas para atingir as nossas infraestruturas energéticas", disse o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov.
O porta-voz referia-se a um ataque a um depósito de petróleo na Rússia durante a noite, denunciado pelas autoridades de Moscovo.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, a Ucrânia atacou uma instalação em Kuban com três 'drones' de que resultou a despressurização de um reservatório e um incêndio numa área de 1.700 metros quadrados.
A estação de bombagem de petróleo de Kropotkinskaya, que pertence ao Consórcio do Oleoduto do Cáspio, foi desativada após ter sofrido danos, disse o ministério, citado pela agência russa TASS.
O ministério considerou os ataques ucranianos às infraestruturas energéticas russas uma provocação preparada, "com o objetivo de perturbar as iniciativas de paz do Presidente dos Estados Unidos".
As tropas russas, depois de receberem uma ordem do Comandante Supremo para pararem os ataques às instalações de energia, abateram sete dos 'drones' já lançados.
Tanto a Rússia como a Ucrânia efetuaram ataques noturnos.
Os Presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, mantiveram um contacto telefónico na terça-feira sobre a guerra na Ucrânia.
Peskov esclareceu hoje que as tréguas parciais alcançadas por Putin e Trump se aplicam apenas ao setor da energia, e não a outras infraestruturas, como foi sugerido pela administração norte-americana.
A Rússia rejeitou, de facto, o cessar-fogo de 30 dias pretendido por Trump, tendo o Kremlin afirmado que a suspensão das hostilidades apenas abrangeria os ataques contra instalações energéticas.
O enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, afirmou na terça-feira que a trégua se aplicava "à energia e às infraestruturas em geral".
Questionado sobre a razão pela qual a Casa Branca (presidência norte-americana) tinha uma interpretação diferente, Peskov recusou-se a responder, lembrando que era "o porta-voz do Presidente russo".
Peskov disse também que Putin e Trump "confiam um no outro" e tencionam trabalhar para a normalização das relações entre Moscovo e Washington.
Quanto aos contactos anunciados no domingo na Arábia Saudita, Peskov disse que entre hoje e quinta-feira será acordada a data exata da nova ronda de negociações.
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