Entre sapatos, cartuchos e ossos, México investiga "campo de extermínio"

Um local próximo de Guadalajara, no México, que poderia ser usado para treinar membros de cartéis foi denunciado por um grupo de voluntários. Autoridades dizem que primeira perícia não foi bem registada pelos membros da polícia e investigam agora as denúncias feitas.

Notícia
AnteriorSeguinte

© ULISES RUIZ/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
20/03/2025 18:04 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

Mundo

México

Um grupo de voluntários, que procura pessoas desaparecidas no México, investigou um local que está a ser apelidado pela organização e alguma imprensa como um "campo de extermínio". No local, denunciado a semana passada, foram encontrados pelo menos três fornos crematórios, restos humanos queimados, centenas de fragmentos de ossos e objetos pessoais.

 

A procura surgiu depois de o grupo 'Searching Warriors of Jalisco' receber dicas anónimas. Após a descoberta do local, as autoridades foram notificadas e, já no local deram conta de que havia também quase uma centena de cartuchos de várias armas.

As fotografias captadas tanto pelo grupo de voluntários como pelas autoridades dão conta de que há pelo menos 200 sapatos, assim como objetos como um vestido azul, uma pequena mochila cor-de-rosa, cadernos, roupa interior. Segundo aponta o jornal The New York Times, os 700 objetos pessoais eram já um indício de quantas pessoas podem ter morrido no local, que fica nas proximidades de Guadalajara.

Na segunda-feira, dias depois de a descoberta 'mexer' com o país, um vídeo com vários homens encapuzados começava a circular nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver um homem a ler uma declaração que os identificava como membros do cartel Jalisco Nova Geração, um dos grupos designados como "terroristas" pela administração Trump. Os membros deste grupo questionavam no vídeo quais as motivações dos grupos de voluntários.

Já na quarta-feira, o procurador-geral do México, Alejandro Gertz Manero, deu uma conferência de imprensa na qual dava conta de que as autoridades mexicanas teriam cometido irregularidades na investigação do local. É que o rancho em causa foi descoberto pelas autoridades em setembro de 2024, e nada do que foi descoberto pelos voluntários foi registado pela polícia mexicana.

Manero assumiu as suas funções na semana passada. Pelo menos para já, os funcionários que fizeram a fiscalização em setembro, não foram detidos, mas Manero sublinha que estes não registaram as provas ou impressões digitais, assim como não investigaram de que forma os fornos eram usados.

O procurador-geral mexicano adiantou ainda que forças federais também não foram alertados sobre o local, como é o procedimento padrão, e esclareceu que ainda não há provas suficientes para considerar que o local era usado para queimar corpos ou treinar membros de cartéis, possibilidade também levantada.

Note-se que mais de 120 mil pessoas desapareceram do país desde que os registos começaram a ser feitos, em 1962. Segundo grupos de direitos humanos, citados pelo New York Times, o número de pessoas desaparecidas é bem superior.

Veja as imagens na galeria acima.

Leia Também: Autoridades mexicanas capturam membro de gangue procurado pelo FBI

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas