"Rejeitamos categoricamente a declaração ultrajante do ministro dos Negócios Estrangeiros [Gideon Saar] do governo de [primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu", disse no domingo o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.
"Estas acusações desrespeitosas e infundadas fazem parte de um esforço para encobrir os crimes cometidos por Netanyahu e os seus associados" na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, acrescentou o ministério, na rede social X.
Num comunicado, a diplomacia turca, liderada por Hakan Fidan, disse que os "esforços de propaganda" de Israel "nunca prejudicarão o compromisso inabalável da Turquia em dizer a verdade".
"Continuaremos a apoiar civis inocentes visados por Israel e a defender os seus direitos", afirmou o ministério.
A diplomacia turca manifestou preocupação com a possibilidade de o Governo de Netanyahu "acelerar as suas políticas genocidas em Gaza e intensificar as suas ações destinadas a desestabilizar outros países da região".
O comunicado horas depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel ter também utilizado a rede social X para afirmar que "o ditador Erdogan revelou a sua face anti-semita".
"Como é claramente evidente hoje em dia, Erdogan é perigoso tanto para a região como para o seu próprio povo. Esperamos que os países da NATO compreendam isto, esperemos que mais cedo do que tarde", acrescentou Saar.
Os comentários de Saar surgiram em resposta à repressão das manifestações na Turquia que tiveram início em 19 de março, após a detenção do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, um dos principais rivais de Erdogan.
Horas antes da detenção, o Presidente da Turquia disse que a quebra unilateral do cessar-fogo na Faixa de Gaza provou que Israel é um "Estado terrorista que se alimenta do sangue de inocentes".
"O regime sionista demonstrou mais uma vez (...), com os seus brutais ataques em Gaza, que é um Estado terrorista que se alimenta do sangue, das vidas e das lágrimas de pessoas inocentes", declarou Erdogan.
Durante um discurso na Academia Militar da Universidade de Defesa Nacional turca, o chefe de Estado afirmou que "os responsáveis pela barbárie" serão responsabilizados "por cada gota de sangue derramada".
"Este regime sionista, infelizmente, cometeu genocídio e massacrou-os durante a Zahora", disse o chefe de Estado turco, referindo-se à refeição feita pelos muçulmanos antes do amanhecer durante o mês sagrado do Ramadão.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que ordenou a retoma dos ataques aéreos devido à falta de progressos nas negociações em curso com o Hamas para prolongar o cessar-fogo.
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