De acordo com os familiares, citados, entre outros, pelo jornal britânico The Telegraph e pelo diário israelita Times of Israel, Oday Nasser al-Rabay foi torturado e executado, na sequência da vaga de protestos na semana passada contra o Hamas, em guerra com as forças israelitas desde outubro de 2023.
O corpo do palestiniano foi deixado em frente à casa da família no fim de semana.
Um oficial da polícia afiliado à organização palestiniana Fatah, em Ramallah, na Cisjordânia, e crítico do Hamas, disse ao The Telegraph que Oday Nasser al-Rabay foi torturado durante quatro horas e ficou com ferimentos abertos e hematomas.
"Oday foi martirizado pelos criminosos do Hamas. E qual é o crime dele? Disse a verdade porque se recusou a calar-se perante a injustiça, porque não se ajoelhou perante o Hamas", disse Mazen Shat, que acusou o grupo palestiniano rival de "oprimir as pessoas de forma brutal" e de ter usado este caso como um aviso para os participantes nos protestos.
Na semana passada, milhares de palestinianos manifestaram-se em diferentes pontos da Faixa de Gaza em protestos sem precedentes contra o Hamas, que controla o território desde 2007, exigindo o fim do conflito com Israel.
"Basta, queremos o Hamas fora!", "Parem a guerra!" e "Queremos as nossas vidas de volta!", foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes na quarta-feira, em protestos que tiveram lugar em pelo menos dois pontos do norte do enclave, Beit Lahia e o bairro de Shujaiya, na cidade de Gaza.
Um protesto semelhante ocorreu na terça-feira na área fortemente destruída de Jabalia, de acordo com testemunhas.
Um alto dirigente do Hamas, Bassem Naim, escreveu numa publicação na rede social Facebook que as pessoas tinham o direito de protestar, mas que o foco devia estar no "agressor criminoso", referindo-se a Israel.
O Hamas atacou o sul de Israel em 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e tomando 251 como reféns.
Em resposta, Israel lançou um ataque em grande escala na Faixa de Gaza, matando mais de 50 mil pessoas, na maioria civis, segundo números das autoridades locais, destruindo a maior parte do enclave palestiniano, que está mergulhado numa grave crise humanitária.
Durante o mês de março, Israel quebrou a trégua nos combates iniciada em 19 de janeiro com o Hamas e voltou a atacar a Faixa de Gaza.
Estes ataques ocorrem num momento em que as partes não alcançam entendimento para avançar para as etapas seguintes do acordo de cessar-fogo.
Leia Também: "Voltem às negociações e recuperem os reféns", pede ex-refém do Hamas
