"Há muito que podemos alcançar nestes quatro domínios prioritários: o corredor de transportes, as matérias-primas, a energia limpa e a conectividade digital. E para acelerar os progressos, é com orgulho que anuncio hoje um pacote de investimento no Portal Global no valor de 12 mil milhões de euros", disse Ursula von der Leyen.
Falando em Samarcanda, no Uzbequistão, na sessão plenária da primeira Cimeira UE-Ásia Central, a líder do executivo comunitário apontou que "este pacote reunirá investimentos da União e dos Estados-membros" através do projeto Equipa Europa, que lançará novos projetos para a região, o que assinala "verdadeiramente o início de uma nova era na antiga amizade" entre os dois blocos.
Von der Leyen anunciou também uma nova parceria estratégia com a Ásia Central, que mostra a estes países que "podem confiar na UE" para o reforço "de novas amizades e redes comerciais".
A responsável revelou ainda que, hoje, é assinada uma nova Declaração Conjunta de Intenções sobre Matérias-Primas Críticas, quando a região possui 40% das reservas mundiais de manganês, bem como de lítio, grafite, entre outros e que a UE quer atrair investimentos privados.
Os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estão desde quinta-feira e até hoje a representar a UE na primeira cimeira com a Ásia Central para reforçar a cooperação face às atuais tensões geopolíticas.
Também falando na sessão plenária, António Costa disse que "o desafio de segurança mais grave que se enfrenta atualmente é a contínua agressão russa contra a Ucrânia".
"Esta guerra vai muito para além da Ucrânia e da Europa: a guerra da Rússia não é um conflito local, é um ataque aos próprios princípios da ordem internacional baseada em regras", adiantou.
A cimeira, que hoje termina em Samarcanda, no Uzbequistão, é a primeira reunião de alto nível entre a UE e os líderes dos cinco países da Ásia Central (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão), tendo como objetivo demonstrar o interesse geopolítico europeu, intensificar o diálogo bilateral e reforçar a cooperação entre os dois blocos.
Dada a evolução do contexto geopolítico, marcado pela guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e pela evolução da situação no Afeganistão, as relações entre a UE e a Ásia Central têm vindo a adquirir maior importância estratégica.
As relações de alto nível entre a UE e a Ásia Central reforçaram-se nos últimos anos.
A UE é o segundo parceiro comercial da Ásia Central, bem como o seu maior investidor uma vez que mais de 40% do investimento na região provém do espaço europeu.
Em termos bilaterais, a UE negociou acordos de parceria e cooperação com todos os países da Ásia Central, exceto com o Turquemenistão.
António Costa lidera o Conselho Europeu, a instituição que define as orientações e prioridades políticas gerais da UE, desde 01 de dezembro passado e tem um mandato de dois anos e meio, até 31 de maio de 2027.
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