Foram assinados dois contratos" para a entrega destes 'drones' carregados de explosivos, concebidos para se autodestruírem ao embaterem no alvo, precisou um porta-voz do Ministério da Defesa, Mitko Müller, numa conferência de imprensa, em que se escusou a identificar os fornecedores.
Segundo a comunicação social alemã, os contratos envolvem duas empresas especializadas em Inteligência Artificial aplicada à defesa --- a Helsing e a Stark --- fundadas por empreendedores alemães e entre as mais promissoras do setor.
O exército alemão, atualmente em processo de modernização acelerada, ainda não dispõe deste tipo de armamento, também designado por especialistas como "munição de espera" (do inglês "loitering ammunition").
As encomendas agora realizadas dizem respeito a "quantidades que permitem já testá-los [os 'drones'] na prática", com o objetivo de ganhar experiência na sua utilização, explicou o porta-voz, antes de serem, a prazo, integrados no arsenal da Bundeswehr.
"Está claro que é o ser humano quem decide se as armas são ou não utilizadas", acrescentou Mitko Müller, ao abordar a questão da autonomia conferida a estas máquinas de alta tecnologia.
No final de novembro, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, tinha anunciado a entrega de 4.000 'drones' da empresa Helsing à Ucrânia.
Estes sistemas sofisticados estão destinados a atuar num raio de 30 a 40 quilómetros dentro do território russo, "para atacar postos de combate, nós logísticos e outros", afirmou na altura.
Numa Alemanha profundamente pacifista desde os horrores do nazismo, o uso de 'drones' armados e de sistemas de armas automatizados para fins ofensivos foi, durante muito tempo, um tema controverso.
A mudança de posição só ocorreu após a ofensiva russa na Ucrânia, em finais de fevereiro de 2022.
A Bundeswehr dispõe atualmente de vários tipos de 'drones', incluindo os "Heron", de fabrico israelita, utilizados para missões de reconhecimento e proteção das tropas, segundo informações disponíveis no 'site' oficial do exército alemão.
Leia Também: Líder sérvio da Bósnia proibido de entrar na Alemanha e na Áustria
