O país dos Balcãs está à beira de uma crise há várias semanas, precipitada pelas ações secessionistas do líder sérvio do país, Milorad Dodik.
Condenado a um ano de prisão e procurado pela justiça no âmbito de uma nova investigação por ameaça à ordem constitucional, o presidente da Republika Srpska (RS) está a contestar a autoridade da justiça central e da polícia e recusa-se a responder às intimações dos juízes.
A sua detenção pode inflamar a entidade sérvia de que é presidente e minar o frágil equilíbrio da Bósnia, dividida desde o fim da guerra entre a RS e a federação croata-bósnia.
"A situação de segurança é estável, mas também é muito frágil", alertou Kallas num discurso às tropas europeias, obtido pela agência France-Presse (AFP).
"Qualquer tentativa de dividir o país é inaceitável", destacou, sem especificar o que Bruxelas pode fazer perante novas provocações.
Enquanto a Alemanha e a Áustria impuseram sanções a Dodik, a Croácia já alertou que não acredita que sejam possíveis sanções a nível europeu.
"As autoridades da República Sérvia estão a minar a ordem legal e institucional e a ameaçar a liberdade de todos os cidadãos" do país, acrescentou a diplomata estoniana, numa visita à base da Eufor-Althea.
"A vossa presença e o vosso trabalho enviam uma mensagem tranquilizadora à população e impedem aqueles que gostariam de o fazer de alimentar divisões e medos", frisou Kallas às tropas, que receberam reforços nas últimas semanas.
"Os cidadãos da Bósnia-Herzegovina não merecem nada menos do que paz, estabilidade e prosperidade", o que garante "o progresso no caminho europeu", acrescentou.
A Bósnia é candidata à adesão à UE, mas a situação política está a impedir a adoção das leis necessárias para a abertura das negociações.
"Não há atalhos para a adesão à UE; mas a porta está aberta para a Bósnia-Herzegovina", garantiu Kallas, "mas isso requer uma forte vontade política e esforços coletivos".
Kaja Kallas visitou Podgorica na segunda-feira, onde manifestou apoio às reformas pró-europeias do Montenegro e anunciou um novo pacote de ajuda financeira.
O Montenegro, uma pequena república de 600.000 habitantes, é candidato à adesão à UE desde 2012 e é, até agora, o país dos Balcãs que fez mais progressos.
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