"As FDI [Forças de Defesa de Israel] revelaram que, nos últimos meses, o Hezbollah tem tentado restaurar uma unidade subterrânea de produção de armas no coração do bairro de Al-Shifouat, em Dahie, que foi estabelecida perto de uma escola e por baixo de edifícios residenciais, depois de ter sido atacada em novembro de 2024", descreveram os militares israelitas em comunicado.
Para o Exército, trata-se de uma "violação flagrante" do cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah no Líbano, acordado em novembro do ano passado, embora ameaçado por sucessivas acusações de violação das partes.
De acordo com um porta-voz militar israelita, a informação de tentativa de produção de armas por parte do grupo radical, apoiado pelo Irão, já tinha sido encaminhada no início de janeiro para o mecanismo de monitorização do cessar-fogo, que realizou uma inspeção na área.
No entanto, o Hezbollah foi previamente informado da inspeção e retirou os equipamentos da área no mesmo dia, regressando apenas após a conclusão da visita ao local, segundo o Exército.
Israel retomou nos últimos dias os bombardeamentos nos subúrbios sul de Beirute, um bastião do Hezbollah, apesar das críticas das autoridades do Líbano, que apontam "uma violação flagrante" da resolução do Conselho de Segurança da ONU que pôs fim à guerra anterior em 2006 e do cessar-fogo acordado em novembro.
O Hezbollah lançou uma série de ataques contra território israelita a partir de outubro de 2023 em apoio do aliado palestiniano Hamas, em guerra com Israel na Faixa de Gaza.
O grupo xiita libanês é considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Israel. Em 2013, a União Europeia adicionou o braço armado do Hezbollah à lista de organizações que considera como terroristas, deixando de fora o partido político.
A partir de setembro do ano passado, as forças israelitas intensificaram as suas operações militares no Líbano, enfraquecendo substancialmente a estrutura do Hezbollah, e invadiram o sul do país com tropas terrestres.
A ofensiva israelita fez cerca de 4.000 mortos e acima de 1,2 milhões de deslocados em apenas dois meses, segundo as autoridades de Beirute, até à assinatura de um acordo de cessar-fogo em novembro que ainda não silenciou as armas.
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