"Rússia não quer saber quem morre, só precisa que a guerra continue"

Volodymyr Zelensky partilhou um vídeo, de cinco minutos, no qual surgem os dois cidadãos chineses capturados: Zhang Renbo e Wang Guangjun.

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© Volodymyr Zelensky

Notícias ao Minuto com Lusa
09/04/2025 22:58 ‧ há 2 semanas por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou, esta quarta-feira, que o envolvimento de cidadãos chineses por parte da Rússia na invasão da Ucrânia “é um passo deliberado para a expansão da guerra e é mais uma indicação de que Moscovo sente necessidade de arrastar a luta”.

 

Até à data, dispomos de dados precisos sobre mais de 150 cidadãos chineses que estiveram envolvidos na guerra da Rússia contra a Ucrânia. Sabemos que o número real é mais elevado. A Ucrânia considera que o envolvimento tão flagrante de cidadãos chineses em hostilidades no território da Ucrânia é um passo deliberado para a expansão da guerra e é mais uma indicação de que Moscovo sente necessidade de arrastar a luta”, escreveu o chefe de Estado, na rede social X (Twitter).

Zelensky detalhou que, hoje, investigadores do Serviço de Segurança da Ucrânia conversaram com dois cidadãos chineses capturados. Assegurou ainda que as autoridades ucranianas estão “a trabalhar para apurar todos os factos relativos ao envolvimento destes e de outros cidadãos chineses no exército de ocupação russo”, assim como os serviços secretos ucranianos.

A Rússia não quer saber quem morre nesta guerra insana, só precisa que a guerra continue. Todos nós precisamos - todos os parceiros, todos os participantes de espírito justo nas relações internacionais - de privar a Rússia da capacidade de continuar a guerra, inclusivamente através do recurso a pessoas como estas”, acusou.

Além desta missiva, o presidente ucraniano partilhou ainda um vídeo de cinco minutos, no qual surgem os dois cidadãos em causa.

O primeiro, cujo nome disse ser Zhang Renbo, informou ser natural da província de Jiangxi. O homem assegurou que nunca tinha participado numa missão de combate, tampouco pegado numa arma antes de ter sido mobilizado. Disse ainda que dispunha de uma arma AK-74 e que estavam dois outros cidadãos russos consigo.

O segundo cidadão identificou-se como Wang Guangjun e disse ser natural da província de Henan. O homem de 34 anos assumiu ser prisioneiro de guerra e indicou ter-se rendido num grupo de três pessoas, uma das quais o seu comandante, Peng, “ou algo assim”. O outro elemento era um cidadão russo.

“Depois de já se ter rendido, os russos largaram algum tipo de explosivo com gás. Estava num abrigo, inalando esse gás. Pensou que morreria, mas um militar ucraniano entrou e arrastou-o pelo pescoço e, depois, ele perdeu a consciência”, explicou o intérprete, após o homem ter sido questionado sobre as afirmações de que os ucranianos lhe tinham salvado a vida.

Recorde-se que Zelensky afirmou hoje que as autoridades de Kyiv já identificaram pelo menos 155 chineses a lutar ao lado da Rússia, e que Pequim está ao corrente do envio dos seus cidadãos para o conflito.

Zelensky afirma que

Zelensky afirma que "há 155 cidadãos chineses a lutar contra a Ucrânia"

Note-se que, na terça-feira, Volodymyr Zelensky anunciou a captura de dois cidadãos chineses na zona de Donetsk Oblast.

Notícias ao Minuto com Lusa | 18:18 - 09/04/2025

O presidente ucraniano descreveu que um dos esquemas de recrutamento envolve as redes sociais, principalmente o TikTok, "onde os russos transmitem vídeos publicitários". Explicou ainda que os cidadãos chineses são depois submetidos a exames médicos na Rússia e a vários meses de treino para combater em território ucraniano e que recebem um cartão bancário russo, através do qual recebem o pagamento.

Em reação à revelação da captura dos dois combatentes, a China negou que seus cidadãos estejam a participar de forma organizada na guerra na Ucrânia ao lado de tropas russas e reiterou a sua posição de neutralidade e empenho numa solução política para o conflito.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jean, disse que Pequim está a "verificar a informação com o lado ucraniano" e sublinhou que o governo chinês sempre exigiu aos seus cidadãos que "se mantenham afastados das zonas de conflito e se abstenham de participar em operações militares de ambos os lados".

Zelensky relatara no dia anterior que o Exército ucraniano tinha capturado dois militares chineses e que as autoridades de Kyiv "têm documentos que os identificam", incluindo cartões bancários e informações pessoais encontrados entre os seus bens.

Os Estados Unidos, que têm procurado alcançar um cessar-fogo entre as partes, também se pronunciaram sobre este caso, observando que a captura dos combatentes chineses "é preocupante" e acusando Pequim de apoiar Moscovo no seu esforço de guerra.

Leia Também: Zelensky afirma que "há 155 cidadãos chineses a lutar contra a Ucrânia"

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