"Interromper a ajuda humanitária reduz o controlo do Hamas sobre a população", argumentou Katz, sugerindo que não haverá alterações na atual operação militar na Faixa de Gaza, nomeadamente em relação à retirada forçada da população ou ao envio de tropas israelitas para as chamadas zonas tampão.
O ministro israelita acredita que esta é uma forma de pressionar o movimento islamita palestiniano a aceitar as medidas propostas tanto por Israel como pelo seu principal aliado, os Estados Unidos, visando conseguir, por exemplo, a libertação de todos os reféns que o grupo islamita ainda mantém.
"A política de Israel é clara: nenhuma ajuda humanitária entrará em Gaza", enfatizou Katz, de acordo com o jornal Times of Israel.
Nesse sentido, defendeu que a ajuda representa "uma das principais ferramentas" de pressão e defendeu a criação de um mecanismo que, através de empresas civis, facilitasse a entrada de produtos básicos, contornando qualquer eventual controlo do Hamas.
"Ao contrário do passado, [os militares israelitas] não estão a sair das áreas que foram limpas e tomadas", indicou também Israel Katz num comunicado.
Os militares "permanecerão nas zonas de segurança como uma barreira entre o inimigo e as comunidades [israelitas] em qualquer situação temporária ou permanente em Gaza --- como no Líbano e na Síria".
As forças israelitas tomaram grandes áreas de Gaza nas últimas semanas numa nova campanha para pressionar o grupo islamita Hamas a libertar reféns, depois de Israel ter rompido o cessar-fogo no mês passado.
Israel também recusou se retirar de algumas zonas no Líbano após um cessar-fogo com o grupo xiita Hezbollah no ano passado e tomou uma zona tampão no sul da Síria após a deposição do Presidente sírio Bashar Assad.
A justificação é manter o controlo destes territórios para evitar uma repetição do ataque do Hamas, que aconteceu em 07 de outubro de 2023, no qual milhares de militantes do Hamas e outros grupos palestinianos invadiram o sul de Israel a partir de Gaza. Neste ataque, cerca de mil pessoas morreram e mais de 250 foram sequestradas.
Caso contrário, de acordo com Katz, as autoridades israelitas estão prontas para "passar para os próximos passos".
Pelo menos 51 mil pessoas já morreram após o início da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, que aconteceu no início de outubro de 2023, após o ataque do Hamas no sul do território israelita.
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