De acordo com a plataforma de 'fact-checking' do Equador (Ecuador Chequea), nas recentes Presidenciais do país "a desinformação tornou-se uma ferramenta de ataque sistemático entre as candidaturas e também de distorção sobre temas centrais do debate político, como segurança pública, economia e liberdade religiosa", sendo que as redes sociais como maior incidência de desinformação foram o Facebook, TikTok e WhatsApp.
No caso do WhatsAPP a desinformação é "especialmente difícil de monitorizar devido ao caráter fechado das mensagens", sendo que a circulação de desinformação era alimentada por influenciadores digitais, por contas automatizadas e por utilizadores comuns que partilham conteúdo sem conhecer a sua veracidade, até porque a desinformação não se limitava a ataques pessoas ou partidários, tendo como objetivo minar a confiança nas instituições democráticas.
O aumento da desinformação nas eleições do Equador também se deu, em grande parte, pela sofisticação o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA), e, segundo a EFE Verifica, circularam conteúdos manipulados por IA que envolviam desde imagens falsas dos candidatos em situações manipuladas a áudios e vídeos com declarações falsas.
A agência de notícias identificou que o uso de 'deepfakes' e imagens geradas por IA aumentou especialmente na reta final da campanha, com o objetivo de confundir os eleitores e desacreditar adversários.
Cerca de 23% de todo o conteúdo viral identificado como desinformação apresentou elementos gerados por IA, variando de 'deepfakes' de áudio a imagens manipuladas digitalmente, o que de acordo com a agência de notícias justifica a baixa regulação sobre o uso de IA em contexto eleitorais no país.
Apesar disso, a missão de observação eleitoral da União Europeia (UE) no Equador excluiu "categoricamente" a hipóteses de "fraude" na segunda volta das eleições presidenciais que deram a vitória ao Presidente Daniel Noboa, reeleito para o mandato 2025-2029, contra a candidata pró-Correa Luisa González.
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