Quatro homens, entre os quais três estrangeiros, foram acusados no Quénia, durante a última semana, de crimes relacionadas com a vida selvagem, nomeadamente, tráfico. Em causa estão homens que tinham em sua posse milhares de formigas, incluindo 'Messor cephalotes', uma espécie nativa de África, que é distintiva pela sua cor vermelha.
Segundo a CBS News, em causa estão dois casos separados, em que um inclui dois jovens de 19 anos detidos a 5 de abril. Segundo a imprensa, os dois acusados belgas, que foram encontrados com cerca de cinco mil formigas, encontravam-se perturbados.
Em tribunal, os jovens explicaram que estavam a recolher estes animais invertebrados por diversão e que não sabiam que a prática era ilegal. As formigas foram encontradas em milhares de tubos com algodão no interior, o que lhes permitiria sobreviver durante meses, aponta a CBS News.
Num caso separado, um queniano e um vietnamita foram acusados de tráfico ilegal, depois de terem sido encontrados na posse de 400 formigas.
Ainda de acordo com as autoridades, o valor das formigas estava estimado no total em cerca de 6.800 euros, o que poderia variar consoante o mercado.
Segundo o Serviço de Vida Selvagem do Quénia, estes quatro homens estão envolvidos no tráfico de formigas para mercados na Europa e na Ásia, e que as espécies incluíam a messor cephalotes, uma formiga colhedora distinta, grande e de cor vermelha, nativa da África Oriental.
4 SUSPECTS PLEAD GUILTY IN LANDMARK CASE OF LIVE ANT SMUGGLING pic.twitter.com/kPrv8cWzSz
— Kenya Wildlife Service (@KWSKenya) April 14, 2025
Este serviço aponta ainda que a exportação ilegal das formigas "não só compromete os direitos soberanos do Quénia sobre a sua biodiversidade, como também priva as comunidades locais e as instituições de investigação de potenciais benefícios ecológicos e económicos."
Note-se que, tal como a CBS refere, o país já teve de lidar no passado o tráfico de partes do corpo de outros animais, como elefantes, rinocerontes ou pangolins, mas, estes casos mais recentes apontam para "uma mudança na forma de tráfico", já que em vez de grandes mamíferos, agora as redes se focam mais em "espécies menos conhecidas, mas ainda fundamentais para a diversidade."
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