A advogada da família de duas crianças norte-americanas que foram deportadas juntamente com a mãe até as Honduras falou sobre o que se passou nestes últimos dias e como viu o acesso à família negado.
À CNN Internacional, a advogada Erin Hebert explicou que à mãe, hondurenha, foi solicitado que se dirigisse aos serviços de imigração para um "controlo de rotina".
No entanto, foi também pedido à hondurenha que levasse as duas crianças, de 4 e 7 anos, e os respetivos passaportes.
A explicação surge mais detalhada este domingo, mas tudo se passou na quinta-feira, com a mãe a ir até aos serviços, tal como solicitado - e na companhia da advogada, que, segundo a própria explica, não estava autorizada a acompanhar a cliente para o encontro com as autoridades.
Pouco tempo depois, a advogada e ativista pelos direitos civis foi informada de que a família tinha sido detida, mas recusaram-se a dizer-lhe para onde tinha sido levados.
Herbert explica que no encontro que não contou com a sua presença, estavam dois agentes da Imigração e Alfândega dos EUA, segundo lhe contou mais tarde a sua cliente. Ainda foram feitos esforços para manter a família nos EUA, mas na segunda-feira de manhã a mãe e as crianças - uma delas com cancro - já tinham sido levadas para as Honduras.
"Os meus clientes foram deportados 24 horas após serem detidos e sem acesso a mim", contou.
Esta não foi a única família deportada, já que também uma menina de dois anos foi deportada com a mãe e irmã mais velha, estas duas últimas nascidas nas Honduras também. O caso aconteceu na terça-feira.
O que diz a administração Trump?
Pelo menos dois responsáveis que fazem parte da administração Trump já colocaram as responsabilidades nas famílias. Na CBS News, Tom Homan, conhecido como o 'czar' das fronteiras (e com um currículo que inclui ser ex-diretor interino do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) rejeitou que os menores tivessem sido deportados.
"As crianças não são deportadas. A mãe optou por levar as crianças com ela. Quando se entra num país legalmente, e se sabe que se está aqui ilegalmente, e se escolhe ter um filho cidadão americano, a responsabilidade é nossa, não desta administração", afirmou Homan.
Já na NBC, apareceu o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, a referir que "se alguém estiver no país de forma ilegal, essa pessoa é deportada."
"Se essa pessoa está com uma criança de 2 anos, ou tem uma criança de 2 anos, e diz: 'Quero levar a minha criança comigo', temos duas opções: Podem dizer: 'Sim, claro que pode levar o seu filho, seja ele cidadão ou não, porque é o seu filho', ou podem dizer: 'Sim, pode ir, mas o seu filho tem de ficar'", afirmou Rubio, argumentando que os haveria críticas à administração também se esta obrigasse as crianças a permanecer nos EUA.
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