"Receberei o primeiro-ministro polaco no dia 09 de maio, em Nancy, para assinar um tratado de amizade, que é uma estreia histórica entre a Polónia e a França", afirmou Emmanuel Macron em entrevista à revista Paris Match.
Macron anunciou ainda que o futuro chanceler alemão, o conservador Friedrich Merz, fará "a primeira visita" a Paris como chefe do novo Governo de coligação a 07 de maio, um dia depois de assumir o cargo no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão) do antecessor Olaf Scholz, na sequência das eleições federais antecipadas de 23 de fevereiro.
"Estamos também a consolidar tudo isto com uma estratégia para reforçar a Europa", acrescentou.
Na mesma entrevista, o Presidente francês afirmou que "nos próximos oito a dez dias" vão aumentar a pressão sobre a Rússia, depois de ter "convencido os norte-americanos da possibilidade de uma escalada de ameaças e, potencialmente, de sanções" contra Moscovo.
"Os próximos 15 dias serão fundamentais para tentar implementar este cessar-fogo" pretendido pelos Estados Unidos, aceite pela Ucrânia e defendido pelos europeus, mas que a Rússia ainda não subscreveu, insistiu Macron, no final do encontro com os homólogos norte-americano e ucraniano, Donald Trump e Volodymyr Zelensky, respetivamente, no Vaticano, no sábado.
Emmanuel Macron disse ainda que tinha falado com Trump "na quarta-feira à noite para o encorajar a adotar uma linha mais firme" com o homólogo russo Vladimir Putin.
"O objetivo é que os norte-americanos possam ir a Kiev muito rapidamente, que possamos estabelecer as condições para um cessar-fogo e que trabalhemos em profundidade nas medidas para acompanhar este cessar-fogo, a fim de o preservar do lado ucraniano. Juntamente com os norte-americanos, devemos estar preparados para adotar uma linha mais dura com a Rússia, a fim de obter este cessar-fogo", acrescentou.
Depois da reunião de sábado entre Trump e Zelensky à margem do funeral do papa Francisco, Macron garantiu que conseguiram o objetivo de "voltar a pressionar a Rússia", por não ser justo que a pressão fosse exercida apenas sobre a Ucrânia.
A presidência russa declarou hoje um cessar-fogo total na Ucrânia de três dias, entre os dias 08 a 10 de maio, durante as comemorações do 80.º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial.
Segundo o Kremlin, Putin ordenou a cessação total das hostilidades por "razões humanitárias" para o Dia da Vitória, a 09 de maio, mas avisou desde já sobre retaliações.
A Rússia e a Ucrânia, envolvidas no conflito desde 24 de fevereiro de 2022, não se sentam à mesma mesa de negociações desde março do mesmo ano.
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