Jornalista ucraniana terá sido torturada em cativeiro, acusa Kyiv

Os globos oculares, o cérebro e parte da laringe tinha sido retirados antes de o corpo ser devolvido à Ucrânia, e o osso hioide foi partido.

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Notícias ao Minuto
29/04/2025 16:58 ‧ há 6 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

Viktoria Roshchina, a jornalista ucraniana de 27 anos que morreu sob custódia das autoridades russas, em setembro, terá sido torturada em cativeiro.

 

"De acordo com os resultados do exame médico forense, foram encontrados numerosos sinais de tortura e maus-tratos no corpo da vítima, nomeadamente escoriações e hemorragias em várias partes do corpo, e uma costela partida", disse o chefe do departamento de crimes de guerra do Procurador-Geral da Ucrânia,Yurii Bielousov, num vídeo divulgado pelo meio de comunicação ucraniano Ukrainska Pravda, na passada quinta-feira.

Uma investigação de jornalistas de seis países e de várias publicações, entre elas o Ukrainska Pravda, o The Washington Post e o The Guardian, revelaram que o corpo da jovem regressou à Ucrânia, em fevereiro, enquanto um “homem não identificado”.

“Foi encontrada uma etiqueta com o apelido Roshchyna num deles”, disse a Procuradoria-Geral da Ucrânia, na quinta-feira, num comunicado citado pela agência Reuters.

Os testes de ADN deram conta de que havia mais de 99% de probabilidade de o corpo pertencer à jornalista. Além disso, estão a ser realizados testes adicionais com a ajuda de especialistas franceses, segundo o mesmo meio.

Quem era Viktoria, a jornalista ucraniana que morreu em cativeiro russo?

Quem era Viktoria, a jornalista ucraniana que morreu em cativeiro russo?

Viktoria Roshchina morreu no passado dia 19 de setembro, aos 27 anos, mais de um ano após ter sido dada como desaparecida. Segundo a Ucrânia, a jovem jornalista estava sob custódia de autoridades russas.

Márcia Guímaro Rodrigues | 16:55 - 11/10/2024

De acordo com o IStories, o corpo congelado de uma mulher emaciada foi enviado para uma morgue na cidade de Vinnytsia, no oeste da Ucrânia, onde os funcionários encontraram uma etiqueta que identificava Roshchyna.

Os globos oculares, o cérebro e parte da laringe tinha sido retirados antes de o corpo ser devolvido à Ucrânia, e o osso hioide foi partido. Uma fonte policial ucraniana disse que poderia tratar-se de uma tentativa de encobrir a tortura, enquanto a Rússia alegou que a remoção de órgãos poderá ter-se devido a procedimentos no tratamento de cadáveres.

A investigação revelou também que Viktoria Roshchina foi mantida isolada do mundo exterior. Pôde, contudo, telefonar ao pai, em agosto, ao qual disse que seria incluída numa troca, em setembro. De facto, cerca de 49 ucranianos regressaram do cativeiro russo nessa troca, mas Roshchyna não estava entre eles. A jovem terá morrido a 19 de setembro.

A jornalista foi detida em agosto de 2023, enquanto realizada uma reportagem no leste da Ucrânia. Depois de ter sido detida nas cidades de Enerhodar e Melitopol, a jovem foi transferida para um centro de detenção gerido pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia na cidade de Taganrog, no sul da Rússia. Roshchyna chegou em estado crítico, mas disse a um colega de cela que tinha recusado um acordo oferecido por um militar que a transportava, porque “sempre se manteve fiel aos seus princípios”.

Leia Também: Putin defende ordem mundial "mais justa e multipolar" em novo discurso

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