Segundo a projeção, os liberais ficarão com 169 lugares no parlamento, pouco aquém dos 172 necessários para uma maioria absoluta na câmara legislativa de 343 lugares.
O apuramento dos resultados das legislativas canadianas ainda não é definitivo, prosseguindo a contagem nos dois últimos círculos eleitorais.
A comissão eleitoral Elections Canada disse que prossegue ainda a contagem de boletins especiais, de eleitores que estão fora dos seus distritos durante a eleição, que poderá ainda afetar o resultado em cerca de uma dúzia de distritos.
Os liberais, que derrotaram os conservadores de Pierre Poilievre, poderão formar maioria com o apoio de um dos partidos mais pequenos representados na câmara baixa.
Entre os potenciais parceiros estão o Bloco do Quebeque - que poderá ficar em terceiro lugar e que é um partido separatista do Quebeque francófono que procura a independência do Canadá; ou os Novos Democratas, um partido progressista.
Poilievre esteve na liderança das sondagens até que o Presidente norte-americano, Donald Trump, visou o Canadá com uma guerra comercial e ameaças de o anexar como 51º estado.
O conservador não só perdeu a candidatura a primeiro-ministro na segunda-feira, como perdeu o lugar no Parlamento que ocupou durante 20 anos.
Poilievre, um político de carreira, fez campanha com argumentário e retórica semelhante às de Trump, adotando o slogan "Canadá Primeiro".
A truculência de Trump enfureceu os canadianos, levando muitos a cancelar as férias nos EUA, a recusar-se a comprar produtos americanos e permitindo um recorde de 7,3 milhões de canadianos que votaram ainda antes do dia das eleições.
Carney -- que já compareceu perante os apoiantes do Partido Liberal, em Otava, para celebrar a vitória - prometeu governar "com todos os partidos, todos os territórios e com a sociedade civil", acrescentando que tenciona negociar uma nova relação bilateral com o Presidente dos EUA, Donald Trump.
"Superámos o choque da traição americana, mas nunca devemos esquecer as lições", disse Carney.
"Não são ameaças vazias. O Presidente Trump está a tentar destruir-nos para que os Estados Unidos nos possam dominar. Isso nunca... nunca acontecerá. Mas também precisamos de reconhecer a realidade de que o nosso mundo mudou fundamentalmente", assegurou Carney.
Para além da guerra comercial com os EUA e da relação tensa com Trump, o Canadá está a lidar com uma crise de custo de vida.
Durante a campanha, Carney prometeu que cada dólar angariado pelo Governo com tarifas compensatórias sobre os produtos dos EUA será atribuído aos trabalhadores canadianos que são negativamente afetados pela guerra comercial.
[Notícia atualizada às 22h03]
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