"Inaceitável". UE exorta Israel a investigar disparos contra diplomatas

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, exortou hoje Israel a investigar os disparos do exército israelita contra uma delegação de diplomatas de vários países, incluindo de Portugal, durante uma visita a Jenin, na Cisjordânia ocupada.

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© FREDERICK FLORIN/AFP via Getty Images

Lusa
21/05/2025 14:34 ‧ há 8 horas por Lusa

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Médio Oriente

"Apelamos a Israel para que investigue este incidente e também para que responsabilize os responsáveis", disse a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, numa conferência de imprensa realizada à margem da reunião dos chefes da diplomacia do bloco europeu e da União Africana (UA), que decorre hoje em Bruxelas.

 

Qualquer ameaça à vida de diplomatas é "inaceitável", declarou Kaja Kallas.

As forças israelitas fizeram hoje "disparos de advertência" após um grupo internacional de mais de 20 diplomatas se ter "desviado da rota aprovada" na visita, indicou o exército israelita em comunicado, que "lamentou o incómodo" causado.

Não houve relatos de feridos no incidente.

Do grupo fazia parte o chefe da missão portuguesa em Ramallah, Frederico Nascimento, confirmou à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), que adiantou que o diplomata se encontra bem.

Segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA, figuravam na delegação, além do português, representantes da UE, Áustria, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Lituânia, Polónia, Reino Unido, Roménia, Rússia, Turquia, China, Canadá, México, Índia, Japão, Sri Lanka, Egito, Jordânia e Marrocos, bem como um número indeterminado de diplomatas de outros países.

A primeira reação ao incidente veio da parte do ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, que descreveu os disparos de advertência do exército israelita contra diplomatas na Cisjordânia como ameaças "inaceitáveis".

"Apelamos ao Governo israelita para que esclareça imediatamente o que aconteceu. As ameaças contra diplomatas são inaceitáveis", denunciou na rede social X.

O vice-cônsul italiano Alessandro Tutino, "que está bem" e com quem o ministro falou, "estava entre os diplomatas que foram alegadamente atacados com armas de fogo perto do campo de refugiados de Jenin", acrescentou.

Também o Governo de Espanha confirmou a presença de um diplomata espanhol na delegação, adiantando que este "se encontra bem".

"O ministério está a investigar tudo o que aconteceu. Estamos em contacto com os outros países envolvidos para dar uma resposta conjunta ao que aconteceu, que condenamos veementemente", afirmou o MNE espanhol, num curto comunicado enviado à agência francesa AFP.

Da Bélgica, o chefe da diplomacia, Maxime Prévot, exigiu "explicações convincentes" a Israel sobre o incidente, que visou "cerca de 20 diplomatas", incluindo um belga.

"Ele está bem, felizmente", acrescentou Maxime Prévot, citado pela AFP.

"Estes diplomatas encontravam-se numa visita oficial a Jenin, coordenada com o exército israelita, num comboio de cerca de 20 veículos claramente identificáveis", protestou o chefe da diplomacia belga.

Na conferência de imprensa à margem da reunião de ministros de Negócios Estrangeiros dos blocos europeu e africano, o chefe da diplomacia de Angola, Téte António, que é também presidente executivo da União Africana, referiu que a organização defende a solução dos dois Estados - Israel e Palestina -, acrescentando: "Não podemos ficar indiferentes ao sofrimento" das populações.

Teté António falou em francês e inglês durante a conferência de imprensa porque os serviços do Conselho da UE não previram interpretação de e para português.

[Notícia atualizada às 14h50]

Leia Também: Kallas e ministros europeus celebram Dia da Europa na Ucrânia

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