As detenções foram feitas por ordem do Ministério Público, por suspeita de corrupção, e incluem os presidentes dos distritos de Gaziosmanpasa, Avcilar e Büyükcekmece.
Foram também detidos um antigo deputado do Partido Republicano Popular (CHP), o principal partido da oposição, e vários diretores de empresas municipais.
Esta nova vaga de detenções - a quinta desde março - segue-se à do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, em março, também do CHP e principal rival político do Presidente islamita Recep Tayyip Erdogan.
De acordo com o vice-presidente do grupo parlamentar do CHP, Murat Emir, as autoridades realizam estas operações sempre ao amanhecer dos sábados, prendendo dezenas de opositores e pressionando-os depois na prisão, para obterem declarações através de intimidação.
"Lançam uma vaga após outra de operações, supostamente para descobrir provas de corrupção. Se já estamos na quinta operação, significa que o procurador ainda não encontrou nada de sólido e continua à procura", afirmou Emir.
Imamoglu foi detido sob a acusação de corrupção e de alegadas ligações ao grupo armado PKK, dando origem aos maiores protestos registados na Turquia em mais de uma década.
O partido, que o designou como candidato às próximas eleições presidenciais, bem como organizações internacionais, como a Human Rights Watch, descreveram a sua detenção como política.
O líder do CHP, Özgür Özel, denunciou estas ações como um "golpe de Estado".
Além da detenção, o diploma universitário de Imamoglu, obtido há mais de 30 anos, e condição para a candidatura presidencial, foi retirado pelas autoridades em março, por alegadas irregularidades administrativas.
O relator permanente do Parlamento Europeu para a Turquia, o eurodeputado socialista Nacho Sánchez Amor, apelou na sexta-feira para a libertação de Imamoglu e afirmou que se trata de um passo essencial para a eventual entrada do país na UE.
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