A família do suspeito do ataque no Colorado - a mulher e os cinco filhos -, que provocou dezenas de feridos, que marchavam em apoio aos reféns israelitas de Gaza, no passado domingo, foi detida pelas autoridades da Imigração dos Estados Unidos.
"Estamos a investigar até que ponto a sua família sabia sobre este ataque hediondo, se tinham conhecimento dele ou se lhe deram apoio", disse a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, através de um vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter).
Nessa publicação, Noem não esclareceu se a mulher de Mohamed Sabry Soliman e os seus cinco filhos serão deportados.
Uma das filhas do casal acabou recentemente o ensino secundário e foi premiada com uma bolsa de estudos de um jornal local de Colorado Springs.
"Ter vindo para o Colorado mudou-me", escreveu a jovem na aplicação da candidatura à bolsa, acrescentando que aprendeu a trabalhar sob pressão e a improvisar - e destacou o apoio da sua família.
O FBI revelou que Mohamed Sabry Soliman estaria à espera que a sua "filha se graduasse para realizar o ataque", sendo que a cerimónia de graduação aconteceu na semana passada.
Mohamed Sabry Soliman, presumível autor do atentado contra uma manifestação a favor da libertação dos reféns israelitas em Gaza, foi acusado na segunda-feira de "crime de ódio".
O homem de nacionalidade egípcia, de 45 anos, é acusado de ter lançado dispositivos incendiários contra os participantes numa marcha semanal organizada em apoio aos reféns israelitas detidos pelo movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza desde 07 de outubro de 2023, gritando "Libertem a Palestina!"
O alegado agressor "planeava este ataque há um ano", porque "odeia aquilo a que chama o grupo sionista", afirmou Grewel no final dos primeiros interrogatórios. "Disse que queria que eles morressem todos. Não se arrepende de nada e fá-lo-ia de novo", acrescentou o procurador.
Nos Estados Unidos, entende-se por "crime de ódio", ou crime cometido com motivação de ódio ou preconceito, um ato que visa uma pessoa devido a determinadas características da sua identidade, como a origem étnica, religião, nacionalidade ou orientação sexual. Este tipo de crime constitui uma infração federal, circunstância agravante que implica penas mais severas.
Mohammed Sabry Soliman está também a ser processado pelo estado do Colorado por várias outras acusações, incluindo tentativa de homicídio.
O ataque ocorreu cerca de dez dias depois de dois funcionários da embaixada israelita nos Estados Unidos terem sido mortos a tiro perto do Museu Judaico em Washington. O atirador, que também gritou "Libertem a Palestina", foi detido e acusado de homicídio.
Pelo menos doze pessoas ficaram feridas em Boulder, duas das quais permaneciam hospitalizadas na tarde de segunda-feira, de acordo com uma contagem atualizada pelas autoridades locais. No domingo, o balanço provisório era de oito feridos, quatro mulheres e quatro homens, com idades compreendidas entre os 52 e os 88 anos.
"Testemunhas descreveram o suspeito usando um lança-chamas caseiro e lançando um dispositivo incendiário contra a multidão", informou a polícia de Boulder.
O homem de 40 anos, de nacionalidade egípcia, segundo a imprensa norte-americana, "tentou comprar uma arma de fogo", mas "não conseguiu fazê-lo porque não tem residência legal", acrescentou o procurador do Colorado.
Mohammed Sabry Soliman "entrou no país em agosto de 2022, com um visto que expirou em fevereiro de 2023", detalhou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, sublinhando que, entretanto, apresentou um pedido de asilo em setembro de 2022.
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