As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) frisaram, em comunicado, que na sequência de projéteis lançados contra território israelita na terça-feira de manhã, ataques negados pelas autoridades sírias, caças das IDF atingiram na madrugada de hoje "armas pertencentes ao regime sírio na região sul da Síria".
"O regime sírio é responsável pela situação atual na Síria e continuará a suportar as consequências enquanto a atividade hostil se mantiver no seu território. As IDF operarão contra todas as ameaças ao Estado de Israel", frisou, em comunicado.
Já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) reportou na madrugada de hoje "explosões violentas" que abalaram o sul da Síria, incluindo a cidade de Quneitra e a região de Daraa, após ataques aéreos israelitas, sem indicar qualquer vítima.
A Síria já tinha condenado bombardeamentos israelitas contra o seu território na terça-feira, em resposta aos projéteis disparados contra Israel, e pediu calma a todas as partes, afirmando que não representa "nenhuma ameaça para ninguém" na região, de acordo com a agência de notícias estatal síria Sana.
"Esta escalada constitui uma flagrante violação da soberania síria e agrava as tensões na região, numa altura em que precisamos mais do que nunca de soluções calmas e pacíficas", destacou, em comunicado, o gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"Reafirmamos que a Síria nunca foi nem nunca será uma ameaça para ninguém na região. A principal prioridade no sul da Síria é alargar a autoridade estatal e pôr fim à presença de armas fora do âmbito das instituições oficiais", pode ler-se.
Damasco negou qualquer responsabilidade pelos ataques contra território israelita e sublinhou que "muitas partes estão a procurar desestabilizar a região para servir os seus próprios interesses".
O Exército israelita tinha informado na terça-feira que detetou disparos de 'rockets' da Síria, pela primeira vez desde a queda do regime do ex-Presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro do ano passado.
As IDF indicaram "dois lançamentos de 'rockets'" provenientes da Síria que caíram em áreas abertas já no seu território, após terem sido ativadas sirenes de ataque aéreo nos colonatos de Haspin e Ramat Magshim, nos Montes Golã ocupados.
Posteriormente, a Sana noticiou que o Exército israelita atacou posições localizadas perto do rio Yarmouk, na província de Daraa, no sudoeste da Síria, com uso de artilharia.
Os Montes Golã são um território que Israel tomou à Síria durante a Guerra dos Seis Dias (1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973) e anexou em 1981, um ato não reconhecido pela comunidade internacional.
No seguimento da queda do regime sírio, numa ação armada de grupos de inspiração islamita, Israel ultrapassou a linha de demarcação desmilitarizada entre os dois países e ainda mantém posições no sul da Síria, que justifica com a proteção do seu território.
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