"Esta flagrante violação de um acordo internacional, bem como dos princípios básicos do direito internacional e humanitário e das suas resoluções, na véspera de um evento religioso sagrado [Eid al-Adha], é uma prova contundente de que os seus perpetradores rejeitam os requisitos de estabilidade", denunciou o governante, em comunicado.
Para Joseph Aoun, está "é uma mensagem que o autor destas atrocidades está a enviar, em primeiro lugar, aos Estados Unidos, com as suas políticas e iniciativas, através da caixa de correio de Beirute e do sangue dos seus civis inocentes".
"O Líbano nunca se submeterá a isto", garantiu o chefe de Estado libanês.
Também o primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, emitiu um comunicado a condenar os ataques nos arredores da capital e a criticar o facto de terem ocorrido na noite anterior ao Eid al-Adha, ou Festa do Sacrifício, um importante feriado muçulmano celebrado em toda a região.
O chefe de Governo apelou à comunidade internacional para que assuma as suas responsabilidades e impeça Israel de prosseguir as suas ações contra o Líbano, além de se retirar das cinco áreas que ainda ocupa dentro das suas fronteiras, apesar do cessar-fogo em vigor.
O exército israelita ordenou hoje a evacuação de quatro zonas nos subúrbios do sul de Beirute, em antecipação de ataques iminentes contra o que descreveu como instalações do grupo xiita libanês Hezbollah.
A mensagem foi acompanhada de mapas que mostram quatro edifícios nos bairros de Al-Hadath, Haret Hreik e Bourj el-Barajneh, segundo referiu a agência noticiosa francesa AFP.
Momentos depois da ordem de evacuação, o exército israelita informou que ia lançar "em breve" um ataque contra "infraestruturas subterrâneas de produção de aparelhos aéreos não tripulados ('drones')" em Dahieh, um subúrbio a sul de Beirute.
"Apesar dos acordos entre Israel e o Líbano, as Forças de Defesa de Israel (FDI) identificaram que a unidade aérea do Hezbollah opera para produzir milhares de 'drones', sob a direção e o financiamento de terroristas iranianos", declarou o exército em comunicado.
A mesma fonte acrescentou que estas infraestruturas foram "deliberadamente estabelecidas no coração da população civil de Dahieh".
De acordo com o exército, o Hezbollah está a tentar aumentar a produção de 'drones' "para a próxima guerra".
Israel tem prosseguido com os ataques contra o Líbano apesar do cessar-fogo com o grupo libanês Hezbollah de 27 de novembro de 2024, que pôs fim a mais de um ano de conflito.
O Hezbollah atacou o norte de Israel a partir do sul do Líbano para apoiar o Hamas, que enfrentou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza depois de ter realizado um ataque em solo israelita em 07 de outubro de 2023.
O envolvimento do Hezbollah no conflito levou o exército israelita a invadir o sul do Líbano numa ofensiva que eliminou os principais dirigentes do grupo pró-iraniano.
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