A resposta virá "quando e como os nossos militares considerarem apropriado", disse o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, durante a conferência de imprensa diária.
A Ucrânia atingiu aeronaves militares russas em vários aeródromos no passado fim de semana, a milhares de quilómetros das fronteiras do país, numa depois de ter enviado drones com explosivos para território russo durante uma operação complexa.
Peskov confirmou ainda que o Presidente russo, Vladimir Putin, abordou precisamente esta questão, na quarta-feira, durante uma conversa telefónica com o homólogo norte-americano, Donald Trump.
"Foi uma boa conversa, mas não uma que conduza à paz imediata. Putin afirmou, com muita firmeza, que terá de responder ao recente ataque aos aeródromos", declarou Trump na sua rede Truth Social.
Durante a chamada com Putin, Trump garantiu ao líder russo que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não o tinha informado com antecedência sobre o ataque às bases aéreas estratégicas russas.
Logo após publicar a mensagem, o chefe de Estado norte-americano apagou-a das redes sociais e, posteriormente, voltou a publicá-la sem alterações, por motivos ainda desconhecidos.
Na terça-feira, Moscovo acusou as autoridades de Kiev de estarem envolvidas nas explosões que provocaram a queda de duas pontes no último fim de semana e dos acidentes de comboio que fizeram sete mortos e mais de 100 feridos, incluindo crianças, nas regiões russas de Kursk e Bryansk, na fronteira com a Ucrânia.
Por outro lado, o Kremlin negou que esteja a considerar abandonar as conversações de paz com a Ucrânia após os recentes ataques realizados por Kiev.
"Na reunião de ontem [quarta-feira], o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, declarou que, apesar disso [dos ataques aos aeródromos], é necessário continuar os contactos a nível técnico, um ponto de vista que é apoiado pelo chefe de Estado", declarou Peskov.
Ao mesmo tempo, o porta-voz russo sublinhou que "o facto de o Governo de Kiev ter adquirido todas as características de um regime terrorista não pode ser ignorado no futuro. Isto será levado em conta".
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. Antes, em 2014, Moscovo anexou a península ucraniana da Crimeia.
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