"Recebemos uma carta dos Estados Unidos, mas ela contém muitas ambiguidades e levanta várias questões. Muitas das questões não são claras", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros em declarações na terça-feira em Beirute, segundo a agência noticiosa estatal IRNA.
"Daremos uma resposta adequada nos próximos dias, guiados pela nossa posição de princípio e pelos interesses do povo iraniano", afirmou Araqchi, que é também o principal negociador do Irão.
O Irão recebeu no sábado uma proposta dos Estados Unidos para um acordo nuclear, que foi entregue a Araqchi em Teerão pelo seu homólogo de Omã, Badr bin Hamad al Busaidi, mediador dos dois países para a questão.
Teerão e Washington realizaram cinco rondas de contactos indiretos desde 12 de abril, sob a égide de Omã, e não têm escondido grandes divergências sobre o programa iraniano de enriquecimento de urânio.
O Irão tem insistido no seu direito inalienável de enriquecer urânio para fins pacíficos e tem reiterado que só aceitará limitar o seu programa nuclear em troca do levantamento total das sanções. Washington, por outro lado, exige um compromisso de "enriquecimento zero".
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na segunda-feira que não permitirá que o Irão enriqueça urânio e culpou o democrata Joe Biden (2021-2025) por não ter agido no início do seu mandato para travar as ambições de Teerão.
Araqchi reiterou esta terça-feira o direito do Irão de enriquecer urânio no seu solo, como parte do seu programa pacífico de energia nuclear, chamando-lhe uma "linha vermelha".
A última ronda de negociações teve lugar na sexta-feira e a data e o local da próxima reunião ainda não foram definidos.
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