"Os líderes da cidade quebraram a sua promessa. Os agentes do Departamento de Polícia de Los Angeles ajudaram os agentes federais a aterrorizar os bairros de Los Angeles, impedindo as pessoas de irem trabalhar, de comparecerem no tribunal de imigração ou de irem à formatura dos seus filhos", afirmou Andres Kwon, advogado da Fundação ACLU do Sul da Califórnia.
Falando em nome da organização não partidária e sem fins lucrativos que defende os direitos e liberdades civis garantidos pela Constituição dos Estados Unidos, Kwon chamou aos agentes do Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE, na sigla inglesa), que fizeram 45 detenções, "bandidos mascarados que raptam e fecham angelinos em caves".
"Quando a polícia lança gás lacrimogéneo sobre os manifestantes e os observadores legais que exercem os seus direitos da primeira emenda, e quando os líderes sindicais são brutalizados por ousarem opor-se a uma injustiça flagrante, perguntamos aos nossos líderes locais e estatais: onde estão vocês? O que vão fazer para acabar com esta loucura?", questionou o advogado da ACLU.
Pelo menos três grandes rusgas de imigrantes - em que se registaram fortes confrontos com ativistas e membros da comunidade que tentaram impedir as detenções - foram relatadas na sexta-feira por defensores dos imigrantes em localidades predominantemente hispânicas no centro de Los Angeles.
A operação foi apoiada por agentes vestidos com uniformes camuflados e veículos blindados, que utilizaram gás para dispersar os manifestantes.
O FBI confirmou num comunicado o envolvimento do seu pessoal nas rusgas de imigração. Os agentes foram também vistos com identificações da polícia antidroga (DEA).
Duas das rusgas tiveram lugar em empresas do Fashion District, onde pelo menos duas dúzias de trabalhadores foram detidos, de acordo com ativistas que pressionavam os agentes para impedir a rusga.
Esta é a maior rusga simultânea em Los Angeles após a chegada de Donald Trump à Casa Branca com a promessa de deportações em massa.
Nas últimas semanas, a administração republicana introduziu várias alterações no ICE para aumentar o número de detenções.
O objetivo do executivo norte-americano é efetuar pelo menos 3.000 detenções por dia, mas as detenções de trabalhadores que não representam um risco para a comunidade começaram a gerar muitas reações negativas.
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