HRW e Amnistia Internacional contestam tropas federais em Los Angeles

As organizações não -governamentais Human Rights Watch (HRW) e Amnistia Internacional contestam a decisão de envio de tropas federais para conter os protestos contra as detenções em massa de imigrantes em Los Angeles.

Tropas ; los Angeles ; California

© RONALDO SCHEMIDT/AFP via Getty Images

Lusa
10/06/2025 19:37 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Los Angeles

Em comunicado hoje divulgado, Tanya Greene, diretora do departamento americano da HRW, referiu que as "respostas das pessoas comuns às violentas rusgas do governo e às detenções de suspeitos de serem imigrantes indocumentados, manifestantes pacíficos e até mesmo observadores legais, estão a ser usadas como pretexto pela administração Trump para enviar os militares nos últimos dias para a Califórnia".

 

"As ações perigosas de Trump devem ser condenadas pelos líderes americanos e internacionais", salientou a dirigente da HRW.

Por seu turno, Paul O'Brien, diretor executivo da Amnistia Internacional (AI) nos EUA, salientou que o "envio, pelo Presidente Trump de tropas da Guarda Nacional para Los Angeles em resposta aos protestos contra as recentes rusgas do ICE [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras norte-americano] é profundamente alarmante".

Esta medida "mostra que a administração Trump está pronta para fazer o que for preciso - incluindo o envio de forças militares - para atingir e punir aqueles que se manifestam em defesa dos direitos humanos", acusou.

"Não se trata de proteger as comunidades, trata-se de esmagar a dissidência e incutir o medo. O lugar das tropas armadas não é nos nossos bairros", acrescentou ainda o dirigente, considerando que a "militarização da aplicação da lei da imigração" não deve "ter lugar num país que afirma valorizar a justiça e os direitos humanos".

Em Los Angeles, os cidadãos "saíram às ruas para defender os seus amigos e vizinhos imigrantes, quando agentes do ICE, armados e mascarados, invadiram as suas comunidades", refere a AI.

"Trazer a Guarda Nacional, sem pedido das autoridades locais, exacerba as já generalizadas violações dos direitos humanos que ocorrem sob a administração Trump, incluindo prisões ilegais, detenção em massa e deportação em massa, expulsões para prisões perigosas noutros países, a supressão da liberdade de expressão, separações familiares e a negação do devido processo", salientou a ONG.

Para a organização, "as rusgas do ICE radicam na discriminação, no perfil racial e na violação sistemática dos direitos", pelo que as "pessoas têm o direito de protestar contra estas injustiças.

Los Angeles entrou hoje no seu quinto dia de tensão, depois de manifestações pacíficas contra as rusgas terem escalado para confrontos com a polícia, com episódios de violência, carros incendiados e centenas de detenções que resultaram na militarização da cidade.

A decisão de Trump de passar por cima do governador, o Democrata Gavin Newsom, e ordenar o envio de dois mil soldados da Guarda Nacional para proteger os edifícios federais na cidade, uma medida sem precedentes nos últimos 60 anos, motivou críticas de ativistas, defensores das liberdades civis e autoridades como o próprio governador e a presidente da Câmara de Los Angeles, Karen Bass.

Leia Também: HRW considera atentado contra senador "golpe para democracia colombiana"

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