"Esta decisão foi tomada por unanimidade e é vinculativa para todos os partidos da oposição", afirmaram os líderes partidários numa declaração conjunta, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Os partidos Shass e Judaísmo Unificado da Torá (JUT) ameaçaram juntar-se à ação da oposição devido à sua oposição à lei do recrutamento, que visa em particular isenções para os ultraortodoxos.
Se o projeto de lei for aprovado numa apreciação preliminar na sessão plenária de hoje, serão necessárias mais três votações antes de o parlamento poder ser dissolvido.
Caso o Shass e o JUT se juntem à oposição, terão votos suficientes para aprovar o projeto de dissolução do parlamento (Knesset).
Durante décadas, os ultraortodoxos beneficiaram de uma isenção do serviço militar.
Tal privilégio é cada vez mais ressentido pela sociedade israelita, enquanto o país está em guerra com o movimento radical palestiniano Hamas na Faixa de Gaza desde 07 de outubro de 2023.
Netanyahu tem de enfrentar uma franja do seu partido, o Likud, de direita, que defende uma lei destinada a alistar mais ultraortodoxos e a endurecer as sanções contra os que não cumprem a lei.
Os líderes da oposição também anunciaram que iam retirar todos os outros pontos que propuseram da agenda do plenário de hoje para realizar a votação o mais rapidamente possível, segundo o jornal Jerusalem Post.
No início da semana, a coligação governamental inscreveu dezenas de pontos na ordem de trabalhos para ganhar mais tempo, de acordo com o diário israelita.
Se o projeto de lei não for aprovado, a oposição ficará impedida de propor um projeto de lei semelhante durante seis meses.
Mesmo que o projeto de lei seja aprovado, trata-se apenas de uma votação preliminar e o processo legislativo pode demorar semanas até ser aprovado.
Uma vez aprovado, o governo continua a funcionar como governo de gestão, toda a legislação cessa e são marcadas eleições antecipadas num prazo de 90 dias, ainda segundo o Jerusalem Post.
[Notícia atualizada às 12h21]
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