Assassinados 113 idosos nos 1.ºs cinco meses de 2025 no sul de Moçambique

Pelo menos 113 idosos foram assassinados nos primeiros cinco meses do ano na província de Inhambane, sul de Moçambique, disseram as autoridades policiais que estão a desenhar estratégias para travar a violência contra a pessoa idosa.

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Lusa
14/06/2025 13:09 ‧ ontem por Lusa

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Moçambique

"A polícia de investigação criminal na província de Inhambane, durante os primeiros cinco meses, registou um total de 113 casos que reportam o tipo legal de crime de homicídio agravado", disse o chefe das relações públicas do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Inhambane, Alceres Cuamba, citado hoje pela comunicação social, e que aludiu aos 85 casos do período homólogo de 2024.

 

Segundo as autoridades policiais, os casos foram registados nos distritos de Zavala, Maxixe, Massinga e Inharrime em que, disse Alceres Cuamba, a violência contra a pessoa idosa, muitas vezes praticada por familiares das vítimas, acontece por acusações sobre feitiçaria.

"Estes casos preocupam o Sernic que para reverter este cenário tem trabalhado com os líderes comunitários, líderes religiosos e outras personalidades influentes no sentido de sensibilizar as comunidades para a necessidade do diálogo", acrescentou o chefe das relações públicas do Sernic em Inhambane, Alceres Cuamba.

Na sexta-feira, a Lusa noticiou que um grupo de populares incendiou um autocarro do município de Xai-Xai, no sul de Moçambique, vandalizou a secretaria do posto administrativo local e a casa de uma mulher acusada de feitiçaria.

"Houve destruição, quase que total, da viatura pertencente ao conselho municipal da nossa cidade, como também a secretaria do posto administrativo municipal. Partiram os vidros daquele edifício e houve também alguma queima de uma das partes da residência da suposta acusada", disse a administradora do distrito de Xai-Xai, Argelência Unguana.

Em causa está a morte de uma líder comunitária, cujo óbito é atribuído a uma mulher de 56 anos, acusada de feitiçaria pelos populares.

O assassínio de pessoas acusadas de feiticeira é frequente nas zonas rurais moçambicanas, tendo pessoas idosas como as principais vítimas.

É um crime frequente e geralmente perpetrado pelos parentes, que acusam as vítimas de praticar atos sobrenaturais, responsabilizando-os por desavenças familiares e infortúnios.

Só na província de Inhambane, no sul de Moçambique, em 2020, pelo menos 17 idosos foram assassinados por acusações de feitiçaria, maioritariamente feitas por familiares, segundo os últimos dados das autoridades avançados à Lusa naquele ano.

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