O estado norte-americano do Minnesota continua este domingo em alerta depois de um homem ter assassinado uma legisladora e o seu marido, assim como deixado feridos um outro legislador e a sua esposa. Os vários disparos foram feitos nas respetivas casas, que distam cerca de 12 quilómetros em Mineápolis.
Tudo aconteceu na madrugada de sábado, quando o suspeito, identificado como Vance Luther Boelter, se vestiu de polícia e, utilizando um carro com luzes semelhantes às dos veículos usados pelas autoridades, invadiu as casas.
Primeiro, o suspeito, de 57 anos, ter-se-á dirigido a casa de John Hoffman, onde alvejou o legislador e a esposa, que continuam hospitalizados.
Depois, o homem, por quem as autoridades estão a oferecer uma recompensa de 50 mil euros em caso de captura, dirigiu-se para a casa de Melissa Hortman, onde a polícia ainda o viu, tendo havido mesmo uma troca de tiros. O homem conseguiu, no entanto, fugir.
The FBI offers a reward of up to $50,000 for info leading to the arrest and conviction of Vance L. Boelter, suspected of shooting two Minnesota lawmakers and their spouses at their residences on June 14, 2025: https://t.co/XjawGOt5lq pic.twitter.com/tZ9RE97OHk
— FBI Most Wanted (@FBIMostWanted) June 14, 2025
Quem é o suspeito?
Boelter trabalha na empresa de segurança Praetorian Guard Security, com sede em Mineápolis, em que é diretor das patrulhas, e foi treinado por militares norte-americanos, segundo dados públicos.
JUST IN: Security cam images show ass*ssin Vance Boelter knocking on a Minnesota lawmaker’s door wearing a latex mask and a security guard uniform, meant to look like a police officer
— Nick Sortor (@nicksortor) June 14, 2025
You can even see police lights from his security vehicle flashing.
This is terrifying. pic.twitter.com/LdzCnM0c7D
A polícia norte-americana descobriu que Boelter trazia consigo, no carro, uma lista de alvos na qual constavam dezenas de democratas do Minnesota, incluindo o governador Tim Walz que, de acordo com a imprensa local, o nomeou, em 2016 e 2019, como representante num grupo de trabalho sobre o setor privado no Estado do Minnesota. De acordo com a ABC News, Boelter fez parte de um conselho estatal ao lado de Hoffman.
A lista de potenciais alvos incluía sobretudo nomes de políticos e ativistas a favor do aborto. Por segurança, as autoridades destacaram vários agentes e seguranças para proteger as pessoas citadas na lista.
À medida que as informações sobre o suspeito foram lançadas, também várias imagens do mesmo começaram a circular, incluindo uma que mostra o suspeito à frente da casa de um dos legisladores, usando uma máscara de látex muito realista.
Boelter é casado e tem filhos, tal como as vítimas do ataque que levou a casa. Hortman e o marido deixam dois filhos, enquanto Hoffman e a esposa uma filha.
Ainda de acordo com a publicação Minnesota Star Tribune, Boelter terá enviado algumas mensagens a amigos a dizer que tinha feito "algumas escolhas."
"Vou estar ausente durante algum tempo. Posso morrer em breve, por isso só quero que saibam que vos adoro e que gostava que não tivesse sido assim. Peço desculpa por todos os problemas que isto causou", lê-se numa das mensagens.
Vance Boelter texted roommates that he was “going to be gone for a while” and “may be dead shortly,” according to one of his housemates in North Minneapolis who read the message aloud to reporters. https://t.co/NCVjuqpHMS pic.twitter.com/OCKOjlUb76
— The Minnesota Star Tribune (@StarTribune) June 14, 2025
O ataque "político"
Desde o início que o ataque começou a ser descrito como "politicamente motivado", nomeadamente, pelo governador do Minnesota. Ao anunciar a morte da democrata e do marido, Walz falou desta motivação política, ainda antes de ser conhecido que também o seu nome estava no manifesto encontrado.
"Não somos um país que resolve as suas diferenças à mão armada. Demonstrámos repetidamente no nosso Estado que é possível discordar pacificamente, que o nosso Estado é reforçado por um debate público civilizado. Temos de nos manter unidos contra todas as formas de violência. Não pouparemos recursos para levar os responsáveis à justiça", afirmou Walz num comunicado.
Também a Casa Branca já reagiu ao ataque, condenando-o e considerando que este foi "terrível." Em comunicado, lê-se que "este tipo de violência não será tolerado nos EUA.
Donald Trump, que enfrenta críticas crescentes pelo clima de polarização política, disse ainda que o FBI e a procuradora-geral, Pam Bondi, estão a investigar o caso e que todos os responsáveis "serão processados com todo o peso da lei."
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