A Agência Nacional de Combate ao Crime do Reino Unido (NCA) foi encarregada da operação, que será efetuada em cooperação com a polícia, indicou o Ministério do Interior num comunicado.
Esta nova operação permitirá também a reabertura de investigações que tinham sido anteriormente arquivadas.
O anúncio ocorre depois de o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, se ter declarado a favor de um inquérito nacional sobre a questão, em vez das investigações locais que até agora preferira.
Segundo o Ministério do Interior, "mais sobreviventes de atrocidades cometidas por gangues criminosos de pedófilos obterão justiça" graças a esta nova operação, cujo principal objetivo é levar a tribunal os membros destas redes.
"As jovens vulneráveis que foram exploradas de forma inimaginável (...) são hoje mulheres corajosas que exigem, com razão, justiça", declarou a ministra do Interior britânica, Yvette Cooper, citada no comunicado.
"Na altura, muito poucas pessoas lhes deram ouvidos. Foi um erro grave e imperdoável. Pomos-lhe agora um fim", continuou, acrescentando: "Mais de 800 casos (...) já foram identificados pela polícia depois de eu lhe ter pedido para reabrir casos que foram encerrados demasiado cedo".
Durante várias décadas, em várias cidades de Inglaterra, grupos de homens, na maioria de origem paquistanesa, atacaram raparigas e jovens mulheres, na maioria brancas e oriundas de meios desfavorecidos.
Este escândalo dos "gangues de aliciamento" voltou a ser notícia no início de janeiro deste ano, quando o multimilionário Elon Musk acusou o primeiro-ministro, Keir Starmer, de ter permitido que "grupos de violadores explorassem jovens raparigas sem enfrentar a justiça".
O caso mais mediático é o de Rotherham, cidade onde cerca de 1.500 raparigas menores de idade foram drogadas, violadas e sexualmente exploradas por um destes gangues durante um período de 16 anos, entre 1997 e 2013.
Mais de uma centena de homens foi condenada, e estima-se que o número de vítimas sejam vários milhares.
As falhas da polícia e das autoridades locais foram severamente criticadas, e este caso, que traumatizou a Inglaterra, é regularmente utilizado pela extrema-direita britânica para denunciar a incúria das autoridades públicas e um sistema de justiça com dois pesos e duas medidas.
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