Rangel faz apelo a PS: "Portugal precisa de ser uma ilha de estabilidade"

Como ministro dos Negócios Estrangeiros - e tendo em conta o contexto de guerra internacional -, Rangel pediu à oposição um "gesto de responsabilidade política".

Notícia

© Zed Jameson/Bloomberg via Getty Images

Cátia Carmo
09/10/2024 23:43 ‧ 09/10/2024 por Cátia Carmo

País

Paulo Rangel

Na véspera da entrega do Orçamento do Estado para 2025 no Parlamento, Paulo Rangel, como ministro dos Negócios Estrangeiros, apelou ao Partido Socialista para que aprove o documento num "gesto de responsabilidade política que permite governar" e fazer de Portugal "uma ilha de estabilidade" perante a situação internacional, que "é instável".

 

"Além das guerras, temos os países motor da Europa com alguma instabilidade política e Portugal precisa de ser uma ilha de estabilidade. Olhando para o equilíbrio que há nesta proposta seria a primeira vez na história democrática portuguesa que um Governo não tinha o seu primeiro Orçamento aprovado", asseverou Rangel, esta quarta-feira, na 'Grande Entrevista' da RTP3.

Apesar das cedências no IRS Jovem e IRC já feitas pelo Governo, que permitiram "aproximações às posições do PS", Rangel defendeu que "este é um Orçamento da AD em linha com o seu programa".

"A posição natural do PS será a de viabilizar o Orçamento do Estado. É a nossa expectativa", admitiu o ministro.

Manuela Ferreira Leite e Passos Coelho viabilizaram Orçamento do segundo Governo de Sócrates

O responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros convidou também os "dirigentes do PS a olharem para a história" e recordou que Pedro Passos Coelho viabilizou um Orçamento de José Sócrates.

"Ontem, o primeiro-ministro teve oportunidade de dizer que a identidade da oposição não ficava prejudicada pela viabilização. Aos dirigentes socialistas que têm essa opinião convidava-os a olhar para a história política portuguesa. Manuela Ferreira Leite e Passos Coelho viabilizaram Orçamento do segundo Governo de Sócrates", lembrou.

Presidência com Centeno ou Marques Mendes?

Questionado sobre as possíveis candidaturas de Mário Centeno e Luís Marques Mendes, o ministro recusou comentar e tomar uma posição.

"A personalidade de Mário Centeno merece-me muito respeito. Ele disse que era uma questão do foro pessoal e não me compete a mim comentar questões do foro pessoal. Respeito a decisão pessoal que venha a tomar", afirmou Paulo Rangel.

Guterres 'persona non grata' para Israel: “Portugal foi o primeiro Estado a Ocidente a lamentar"

Para Rangel, a decisão de Israel de declarar António Guterres como “persona non grata” é “inaceitável” e lembrou que o Governo português foi o “primeiro Estado a Ocidente” a condenar.

“Um secretário-geral da ONU, quem quer que seja, tem de ter sempre capacidade de diálogo com todas as partes. A missão de um secretário-geral é falar com todos, mesmo com aqueles que estão fora do consenso. O Governo de Israel cometeu um sério erro e fizemos um apelo a que o governo de Israel reveja esta declaração muito negativa”, sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Já sobre a presença de Guterres na ‘short list’ para o prémio Nobel da Paz, Rangel disse “compreender”, pois o português tem sido “secretário-geral em tempos muito difíceis”.

“Acaba de ter uma vitória enorme em Nova Iorque que o relançou como secretário-geral, com a Cimeira do Futuro. Conseguiu um consenso verdadeiramente impensável na altura de um mundo dividido como temos. O mérito foi inteiro dele”, justificou.

[Notícia atualizada às 23h55]

Leia Também: AR ouve Rangel sobre parecer negativo a nomeação para tribunal europeu

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas