Rocha diz que não vê "nenhuma razão" para IL mudar voto contra no OE2025

O presidente da Iniciativa Liberal sugeriu hoje que o partido vai votar contra o Orçamento do Estado na votação final global, salientando que não vê "nenhuma razão" para alterar o sentido de voto da generalidade.

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© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Lusa
28/11/2024 17:58 ‧ há 5 horas por Lusa

Política

OE2025

Em declarações aos jornalistas no parlamento, Rui Rocha foi questionado se já definiu algum sentido de voto para a votação final global do Orçamento, esta sexta-feira, tendo respondido que o partido comunicará essa decisão nas próximas horas.

 

"Mas devo dizer desde já que não há nenhum sinal que tenhamos encontrado nestas discussões e votações - que entretanto em breve acabarão - que nos façam mudar a nossa opinião", afirmou,

O líder da Iniciativa Liberal (IL) defendeu que, "num momento em que tudo muda no mundo", o Orçamento "não muda nada", acrescentando que não vê "nenhuma distinção entre este Orçamento e aquele que seria apresentado por um Governo socialista".

Rui Rocha considerou que "um sinal claro de que nada muda com este Orçamento" é o facto de a "grande discussão" que ocupou o debate orçamental nos últimos meses foi "sobre um ponto percentual no IRC", numa altura em que é preciso "apostar claramente no crescimento económico do país".

"Não encontro nenhuma razão para não manter o sentido de voto" da generalidade, afirmou.

Em outubro, quando anunciou que a IL iria votar contra a proposta de Orçamento do Estado na generalidade, Rui Rocha tinha recusado antecipar a posição do partido na votação final global, apesar de já ter manifestado na altura "enormíssimas dúvidas" de que viesse a haver uma mudança no sentido de voto.

Nestas declarações aos jornalistas, Rui Rocha abordou ainda o facto de o parlamento ter aprovado, durante as votações na especialidade do Orçamento do Estado, o aumento extraordinário e permanente das pensões em 1,25 pontos percentuais proposto pelo PS.

O líder da IL considerou que há atualmente "três visões" sobre o aumento estrutural das pensões no parlamento português, defendendo que o PS, o Chega e os partidos de esquerda têm uma "visão despesista e eleitoralista"e o PSD tem uma visão só eleitoralista, porque "queria aumentar as pensões no momento prévio às próximas eleições e de forma não estrutural".

"E depois temos a visão da IL e essa visão é a seguinte: já existe um aumento previsto na lei, ele é consensual, indiscutível e, depois, o aumento das pensões deveria fazer-se pelo aumento do crescimento económico, não com base em despesismo e eleitoralismo, mas em crescimento económico, que influenciaria a fórmula de cálculo das pensões e a descida do IRS, que os pensionistas também pagam", afirmou.

Rui Rocha disse que, para a IL, "as pensões, como os salários e o nível de vida dos portugueses deve aumentar porque o país cresce" e o foco deve ser posto precisamente no crescimento económico para se garantir que se consegue aumentar as reformas.

"Portanto, não é a mesma coisa descer o IRC ou aumentar as pensões neste Orçamento do Estado. Descer o IRC, mais do que aquilo que vai acontecer, traria um potencial de crescimento económico muito elevado, de que todos, incluindo os pensionistas, beneficiariam", defendeu.

Rui Rocha criticou "os partidos despesistas, eleitoralistas, que olham para o Orçamento do Estado como uma forma de distribuir a riqueza e de agradar a determinados grupos, distribuindo uma riqueza que o país não tem sido capaz de gerar".

"Qual é a consequência? É que o crescimento económico fica sempre adiado, as contas públicas podem vir a sofrer com esta visão despesista e eleitoralista e, portanto, são duas maneiras de ver o mundo e o país. A IL não tem problema nenhum em ficar sozinha na sua visão", vincou.

Leia Também: Rui Rocha considera que discussão sobre presidenciais "é extemporânea"

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