Proposto limite de velocidade de 30 km/h nas áreas urbanas de Évora

Uma associação propôs à Câmara de Évora que passe a limitar a 30 quilómetros por hora a circulação rodoviária nas áreas urbanas do concelho, mas o autarca defendeu que a redução da velocidade "não se faz por decreto".

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Lusa
24/01/2025 12:11 ‧ há 7 horas por Lusa

País

Évora

"Não vejo com maus olhos a redução da velocidade, mas, mais importante do que definir um limite, é ter a garantia de como é que pode ser respeitado e se pode fazer respeitar", afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá.

 

A proposta para limitar a velocidade nos 30 quilómetros por hora (km/h) em toda a área urbana do concelho foi apresentada no Conselho Municipal de Segurança de Évora pela GARE - Associação para a Promoção de uma Cultura de Segurança Rodoviária.

Em declarações à Lusa, Adérito Araújo, dirigente e representante da associação no Conselho Municipal de Segurança, indicou que a proposta vai ser debatida na próxima reunião deste órgão de consulta do município, marcada para segunda-feira.

"A ideia é que, fundamentalmente, Évora passe a ter em todas as zonas urbanas do concelho um limite de velocidade de 30 km/h", salientou, observando que a medida já foi adotada em várias cidades europeias.

O responsável apontou que "está mais do que provado" que a medida "tem enormes vantagens, nomeadamente em termos de segurança e para o ambiente, e, contrariamente ao que muitas pessoas pensam, o trânsito não fica menos fluído".

"Nas cidades europeias que já adotaram a medida, o número de atropelamentos de peões e ciclistas está a diminuir e o ambiente também melhora, já que, com velocidades mais baixas, há menos combustão e menos fumos", argumentou.

Adérito Araújo advertiu que a fixação do limite de velocidade nos 30 km/h obriga a mudanças na circulação rodoviária, com alterações em alguns cruzamentos e criação de novas rotundas, para não congestionar o trânsito.

O presidente da Câmara de Évora assinalou que o município já está a aplicar este limite de velocidade em várias zonas do concelho, nomeadamente em todo o centro histórico, adiantando que tenciona alargar a regra a outras áreas.

"Temos vindo a reduzir, a pouco e pouco, o limite de velocidade, mas fazemo-lo, sobretudo como se pode ver no Rossio e noutras obras, através de intervenções urbanas que impedem que os automobilistas circulem a maiores velocidades", frisou.

Considerando que "a redução da velocidade não se faz por decreto", Pinto de Sá defendeu que esse objetivo terá que ser atingido através de alterações nas vias, como a colocação de travessias elevadas.

"Temos que analisar em cada área qual deve ser a velocidade adequada para o trânsito e tomar as medidas do ponto de vista físico que garantam que a velocidade é adequada", acrescentou.

A associação GARE indicou que a proposta está em linha com a resolução "Década de Ação para a Segurança Rodoviária 2021-2030", adotada pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2020, com a meta de reduzir pelo menos 50% das mortes no trânsito até 2030.

Em novembro de 2024, à margem da cerimónia do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, realizada em Évora, o presidente da Liga de Associações Estrada Viva, Mário Alves, defendeu igualmente o limite de velocidade de 30 km/h nas zonas urbanas.

Portugal "já devia estar a implementar" a medida, pois assinou a Declaração de Estocolmo, mas não o faz, enquanto "em Espanha, neste momento, já 70% da rede viária é 30 km/h dentro das localidades", notou, na altura, este responsável.

Leia Também: Empresa hispano-italiana Iryo interessada na alta velocidade em Portugal

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