O Conselho de Ministros adianta em comunicado que aprovou uma resolução que designa o conselho de administração da Unidade Local de Saúde de Almada/Seixal (ULSAS), depois do parecer favorável da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).
O novo Conselho de Administração será presidido por Pedro André Correia Azevedo, médico da CUF e militante do PSD/Almada, e terá Ana Luísa da Silva Broa como diretora Clínica para a área dos Cuidados de Saúde Hospitalares.
Será também composto por Sénia Marisa Sousa Guerreiro, diretora clínica para a área dos Cuidados de Saúde Primários, Miguel Ângelo Madeira Rodrigues, Vogal Executivo e Susana Almeida Graúdo, Enfermeira Diretora, segundo a resolução do Conselho de Ministros.
Pedro Correia Azevedo substitui no cargo Teresa Luciano que denunciou numa audição parlamentar, em setembro de 2024, que o conselho de administração recebeu um telefonema com de menos de três minutos da Direção Executiva do SNS, então liderada por António Gandra D´Almeida, a dizer que "a ministra tinha apreço pelo trabalho que desenvolviam, mas se podiam fazer cartas de rescisão".
A responsável contou que na conversa de menos de três minutos não houve uma fundamentação para a demissão e que, por isso, iria continuar em funções, saindo apenas com o fim do mandato.
Entretanto, o então diretor executivo do SNS assegurou aos deputados numa audição parlamentar que a administração da Unidade Local de Saúde Almada Seixal "nunca foi demitida" e que terminaria o seu mandato em 31 de dezembro, "tal como estava previsto".
"O atual conselho de administração da ULS continua, e a quem muito agradecemos a sua dedicação e empenho. Termina o mandato em 31 de dezembro tal como estava previsto. Nunca foi demitido", disse António Gandra d'Almeida numa audição requerida pelos grupos parlamentares do Chega e do PS.
No mesmo dia o Conselho de Administração da ULS Almada Seixal emitiu um comunicado a dizer que as declarações do diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde "não correspondem à verdade".
No comunicado, o Conselho de Administração lamentou "profundamente as afirmações proferidas" e explica que a sua reação surgiu "em defesa da sua honra, dos profissionais desta instituição e dos utentes".
Além de reafirmar as declarações proferidas em sede parlamentar por Teresa Luciano o conselho de administração adiantou que a demissão foi confirmada pela secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, no Telejornal da RTP 1, que atribuiu a responsabilidade da mesma ao Diretor Executivo, tendo indicado, em primeira mão, o nome da personalidade escolhida para assumir a presidência do futuro CA da ULSAS.
"Não é, portanto, verdade que o Senhor Diretor Executivo do SNS não tenha comunicado verbalmente a demissão deste CA, que tenha dado alguma explicação para este facto, que não tenha solicitado o envio de cartas de rescisão, que tenha reunido com esta Administração, ou tenha manifestado qualquer intenção de 'imprimir uma nova dinâmica de funcionamento'", refere o conselho de administração no comunicado.
A Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS) integra o Hospital Garcia de Orta e o Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal, no distrito de Setúbal, dando resposta a 350 mil habitantes.
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