"Portugal precisa de uma agência Lusa financeiramente sustentável e economicamente competitiva e viável, e de uma agência Lusa que continue a garantir um serviço noticioso de qualidade, prestado por jornalistas com boas condições de trabalho e remuneração", afirmou o autarca independente.
Na apresentação do Anuário Lusa 2024, que decorreu no Salão Nobre da Câmara do Porto, Rui Moreira defendeu também a necessidade da agência de notícias portuguesa salvaguardar "a autonomia informativa do país num tempo de manipulação, desinformação e pós-verdade".
Saudando o trabalho dos fotojornalistas da agência, Rui Moreira assinalou também o "jornalismo de excelência celebrado nas páginas do anuário e da exposição de fotografias", que ficará patente até 13 de março na Câmara do Porto.
"Quer o anuário quer a exposição relevam a importância da Lusa para a partilha da informação e do conhecimento, para a promoção do debate público e da cidadania ativa, para a defesa da língua portuguesa e da cultura nacional", referiu.
Defendendo que o serviço noticioso que a agência presta "concorre para o bom funcionamento da democracia", o autarca independente saudou a decisão do Governo, em particular do ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, de ter avançado com a aquisição do capital da Lusa, decisão "que se impunha".
"Cada vez mais necessitamos da intermediação jornalística, perante a profusão de fake news, trolls e outros mecanismos de desinformação", considerou o autarca, defendendo que a atual crise nos meios de comunicação social "exige dos poderes públicos ações que promovam a sustentabilidade e autonomia financeira".
"A meu ver, o Estado deve ter uma intervenção assertiva no espectro mediático português, não com o intuito de controlar ou pressionar os media, mas sim para garantir a sustentabilidade do jornalismo independente e fortalecer o serviço público de comunicação social", referiu, dizendo não ver razões objetivas para que o Estado "não faça parte da solução para a viabilidade e sustentabilidade financeira" da comunicação social.
"Devemos libertar-nos dos nossos tabus e seguir o exemplo de outros países europeus, em que o financiamento direto e indireto dos media pelo Estado é visto como uma resposta legítima, eficaz e socialmente consensual", defendeu.
O Anuário Lusa 2024, que passa em revista os principais acontecimentos em Portugal e no mundo do último ano, retratados com mais de 200 fotografias num álbum integralmente a cores, foi apresentado hoje no Porto depois de uma primeira sessão em Lisboa a 13 de fevereiro.
Acompanhada da inauguração da exposição de fotografias dos fotojornalistas da agência noticiosa, a apresentação a Norte decorreu na Câmara Municipal do Porto, onde até 13 de março estará patente a exposição das fotografias que constituem o Anuário.
A obra é uma parceria entre a Lusa e a editora Livros Zigurate.
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