"Foi a maior votação de sempre desde que assumi a liderança", referiu, acrescentando que o PSD ficou apenas a 300 votos da maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira.
Numa declaração na sede do PSD/Madeira, no Funchal, Miguel Albuquerque disse ainda que "hoje é dia de festejar" e que não falou com mais nenhum partido esta noite.
"Quero deixar um agradecimento muito sentido quanto à confiança depositada no meu partido e na minha liderança como o nosso povo uma vez mais demonstrou, não há qualquer equívoco", salientou o líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional desde 2015, nas únicas eleições que até agora venceu com maioria absoluta.
Além disso, acrescentou, nas regionais antecipadas de hoje, as terceiras em ano e meio, o povo da Madeira manifestou "uma atitude civicamente elevada", confirmando "mais uma vez aquilo que quer: que é estabilidade e um governo para quatro anos, não quer brincadeiras de partidos".
Numa declaração por vezes interrompidas pelas dezenas de apoiantes que se deslocaram até à sede do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque destacou, "para quem ainda tinha dúvidas", que os sociais-democratas venceram este domingo em 10 dos 11 concelhos e em 50 das 54 freguesias da Madeira, obtendo mais 13 mil votos que no último ato eleitoral, em maio de 2024.
Por outro lado, continuou, a votação de hoje "é também uma clara derrota da coligação de esquerda e da agenda da maledicência que imperou durante toda a campanha eleitoral".
"Da nossa parte vamos continuar a manter uma atitude política de humildade, de contacto com as populações", prometeu, assegurando ainda prosseguir o "diálogo franco e aberto com todos os agentes, económicos, sociais e políticos".
Questionado mais do que uma vez se já falou com algum partido para estabelecer futuros entendimentos, na medida em que ficou a um deputado da maioria absoluta, o líder do PSD/Madeira disse que não, nem com o CDS-PP, que já foi seu parceiro de coligação no Governo Regional.
"Não falei ainda com ninguém", respondeu, argumentando querer fazer as coisas "com calma e ponderação".
Contudo, admitiu, todos sabem quem são os "parceiros privilegiados" do PSD.
Interrogado se colocará à disposição o cargo de presidente do Governo Regional se for acusado no processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira, e em que é arguido, Miguel Albuquerque não respondeu diretamente, dizendo apenas que "o estatuto de arguido é para conferir direitos a quem é investigado".
"Essa ideia que uma pessoa em Portugal com este sistema de denuncias anónimas pode-se demitir se for constituído arguido, significa que partidos radicais utilizam denúncias anónimas como instrumento político", acrescentou.
Depois de falar aos jornalistas, Miguel Albuquerque e algumas dezenas de militantes desceram da sede do partido a pé até à Praça do Município, para festejar brevemente a vitória desta noite, com o líder do PSD/Madeira a agradecer novamente o apoio demonstrado.
O PSD venceu hoje as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por um deputado a maioria absoluta, de acordo com os dados oficiais provisórios, com todas as freguesias apuradas.
Segundo informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 43,43% dos votos e 23 lugares (mais quatro) na Assembleia Legislativa Regional, constituída por um total de 47 deputados.
O CDS-PP, que já governou com o PSD e que nesta legislatura tinha um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas, tem um deputado (perdeu um), com 3,00% dos votos.
A maioria absoluta requer 24 assentos. Em 2019 e 2023 os sociais-democratas precisaram fazer acordos parlamentares (primeiro com o CDS-PP e depois com o PAN) para atingir este número.
Após as eleições de 2024, também antecipadas, o PSD (19 deputados) formou um executivo minoritário, já que o acordo firmado com o CDS-PP (dois eleitos) foi insuficiente para a maioria absoluta. O PS e o JPP, que totalizaram 20 deputados, chegaram então a propor uma solução de governo.
O JPP, que passou hoje para segunda força política na Madeira, elegeu 11 deputados, mais dois, com 21,05% dos votos, enquanto o PS obteve oito deputados (menos três), com 15,64%.
O Chega, que no ano passado elegeu quatro deputados, mas viu uma eleita desvincular-se do partido, obteve três mandatos, com 5,47%.
A IL conseguiu manter um deputado, com 2,17%.
Em relação à atual composição, a assembleia passou de sete para seis forças políticas, uma vez que o PAN não conseguiu reeleger a sua deputada única, com 1,62%.
A abstenção foi este ano de 44,02%.
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