O Comandante Sub-Regional do Médio Tejo da Proteção Civil, David Lobato, alertou que há zonas do Ribatejo com "alguns constrangimentos", com os "caminhos municipais submersos" e aconselhou as pessoas a não arriscarem passar por dentro de água.
"Há pelo menos cinco ou seis dias que temos constrangimentos nas zonas de Constância, Abrantes, Vila Nova da Barquinha e Torres Novas. Constância tem o parque ribeirinho completamente submerso, a zona do Castelo de Almorol e Tancos está na mesma situação. Uma estrada municipal, de Riachos para Torres Novas, também está submersa e na zona de Abrantes o Tejo saltou um bocadinho as margens e temos alguns caminhos municipais submersos. O aconselhamento é que as pessoas não assem por lá", pediu David Lobato, em declarações à RTP.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Central Hidroelétrica da Régua preveem, segundo a Proteção Civil, que os caudais se mantenham elevados, mas sem registo de aumentos.
"O que temos vai manter-se. Caso haja alguma situação anómala informaremos, logicamente. Não é expectável que tenhamos mais aumento de caudal, mas são barragens espanholas, não sabemos o que estão a receber nos seus leitos de albufeira, é sempre uma incógnita. Estamos a monitorizar", explicou o comandante da Proteção Civil.
Para já, ainda não há registo de qualquer dano provocado por estas inundações.
"No Martinho sim, tivemos muitas ocorrências, mas neste momento, pelas cheias, não temos danos a registar", garantiu.
À população, o comandante pediu que evitem o "turismo de catástrofe".
"Pedimos às pessoas que não andem junto ao rio, não passem nas estradas que estão submersas porque saem fora da margem e colocam-se em risco e a quem os vai tirar de lá. Aproveitem as selfies, mas não o façam junto ao rio", alertou David Lobato.
A Proteção Civil já tinha alertado, no domingo, para o elevado risco de galgamento das margens do rio Tejo e possíveis inundações, uma vez que os caudais deste rio iam continuar a subir.
Os caudais do rio Tejo registaram um "aumento considerável" devido à chuva dos últimos dias, com a passagem da depressão Martinho, e às descargas das barragens espanholas, informou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Face ao elevado risco de subida dos caudais, a Proteção Civil aconselhou a retirar animais, equipamentos agrícolas, carros ou outros bens das zonas que tendencialmente inundam. Evitar passar em zonas alagadas - seja a pé ou com viaturas - é também outro dos conselhos dados.
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