Em comunicado, a CUSPMT, estrutura representativa da população de 11 município do Médio Tejo, disse hoje que decidiu apresentar uma carta aberta a todos os candidatos, para "relembrar alguns dos problemas" que gostaria de "ver resolvidos" e que deveriam "merecer a atenção" dos futuros deputados a eleger pelo distrito de Santarém.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da CUSPMT, Manuel Soares, disse hoje que o objetivo é que "os cidadãos que vão votar e os candidatos que se apresentam às eleições" de 18 de maio "tenham conhecimento público de quais são os problemas que devem ser resolvidos. Alguns têm âmbito mais geral, outros dizem única e simplesmente respeito ao Médio Tejo e são questões que se vêm atrasando ano após ano".
Segundo Manuel Soares, a participação das populações "não se deve limitar ao voto, mas interagir em todo o processo pré e pós-eleitoral", pelo que "o momento é de análise e de apresentação de propostas" em prol das populações.
"Todos os deputados, se quiserem defender quem vota neles, ou antes da própria eleição queiram apresentar aos eleitores aquilo que defendem, têm aqui uma lista de situações que para nós são importantes e de alguma forma viriam a melhorar a qualidade de vida das populações do Médio Tejo", declarou Manuel Soares.
O representante dos utentes apontou a "criação de condições para a fixação de profissionais de saúde (mesmo que estrangeiros)" para o "funcionamento e desenvolvimento de alguns serviços, como as extensões de saúde, a maternidade, a medicina física e reabilitação e a garantia de um Serviço Nacional de Saúde público, geral e universal", como exemplos do que há a melhorar, a par de um "aumento geral" de salários e pensões.
Na carta aberta, os utentes defendem ainda a necessidade da criação de um "outro canal para a passagem da Linha de Muito Alta Tensão" no concelho de Alcanena, "completar vias rodoviárias estruturantes", como as travessias do Tejo, o IC9 e a requalificação das EN118 e EN3, a conclusão do IC3 até à A13 na Atalaia e o nó de acesso do IC9 à A1, assim como o "apoio à manutenção de toda a rede viária e reforço das ações para a redução da sinistralidade rodoviárias", além de "manter as vias A23 e A13 sem portagens e a retirada dos pórticos", existentes.
No documento, a CUSPMT aponta ainda à necessidade de "reforço das ações para melhoria da escola pública" e "melhorar a qualidade e o acesso à água potável e saneamento, mantendo a gestão pública", a par de "políticas ambientais que salvaguardem o ecossistema da Bacia Hidrográfica do Tejo".
As reivindicações elencadas, os utentes do Médio Tejo contemplam ainda uma "rede pública de lares", o "acompanhamento de idosos isolados e de creches", a necessidade de "melhorar a frequência e a articulação dos transportes públicos" e defendem ainda a "baixa do IVA, da eletricidade e gás", a par do "aumento da oferta pública de habitação".
"Isto tem a ver também com o conjunto das entidades que prestam serviços públicos, câmaras municipais, escolas, responsáveis por unidades de saúde, para que também tenham em conta aquilo que nós achamos que é importante", afirmou Soares.
Assinalando que a carta aberta vai circular "num período de campanha eleitoral", Manuel Soares disse esperar que os candidatos a deputados nas eleições legislativas marcadas para 18 de maio "olhem para ela" e "contribuam para que sejam aplicados estes objetivos".
"É uma oportunidade para utentes, e população em geral, afirmarem a reivindicação de melhores cuidados de saúde e de serviços públicos no Médio Tejo junto dos responsáveis administrativos, dos municípios e dos candidatos a deputados à Assembleia da República", concluiu.
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